Jovens em aglomeração estão entre os doentes de risco nas UTIs

 

As festas clandestinas são o mais novo foco das ações de fiscalização da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF). O endurecimento no combate a esses eventos ocorre porque eles são os grandes responsáveis pelo aumento do índice de contaminação do vírus da covid-19 do DF. Além de provocarem aglomeração em bares, residências ou galpões, essas festas escondidas são ilegais e as pessoas não cumprem os cuidados básicos para se evitar a doença.

“Nosso trabalho é fazer cumprir o decreto e a lei. Vamos usar todos os nossos recursos para coibir essas festas que trazem problemas muito graves”, enfatizou o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, em entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (9), no Palácio do Buriti.

Direcionar tempo, recursos e pessoal para combater especificamente as festas clandestinas no Distrito Federal têm motivos peculiares. Durante o trabalho da força-tarefa, que reúne órgãos de segurança e fiscalização durante a pandemia no DF, a Secretaria de Segurança constatou que a efetiva atuação do grupo não intimidou os realizadores de festas clandestinas e também não desmotivou o comparecimento das pessoas, a maioria jovens.

São esses jovens que, agora, estão contribuindo para aumentar o impacto da covid-19 no sistema de saúde do DF. Em ritmo alucinante, bem no estilo das festas. Levantamento apresentado durante a coletiva revelou o aumento de 25% no número de jovens infectados no país.

Para atender a essa demanda de jovens, o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, anunciou a abertura de sete leitos para pacientes de covid-19, com faixa etária abaixo de 18 anos, no Hospital da Criança de Brasília (HCB). “Preocupa muito que jovens estejam se infectando”, desabafou o secretário.

Nessa segunda-feira (9), o índice de contaminação do vírus chegou a 1,38, ou seja, cada 100 infectados podem contaminar 138 pessoas.

Toque de recolher

Com o decreto do toque de recolher das 22h às 5h, a SSP-DF informou que vai reforçar as ações para coibir o trânsito de pessoas no período. A exceção diz respeito às pessoas que estiverem indo ou voltando do trabalho, buscando farmácias ou hospitais e trabalhando em aplicativos de transporte.

No primeiro dia da vigência da nova norma, no entanto, a secretaria não registrou maiores problemas. Ao contrário, a ordem foi orientar a população. “Fizemos barreiras pela cidade para explicar o decreto às pessoas”, disse o secretário de Segurança.

A força-tarefa reúne as forças de segurança – polícias Militar (PMDF) e Civil (PCDF), Departamento de Trânsito (Detran-DF) e Corpo de Bombeiros (CBMDF) – secretarias do DF Legal, de Mobilidade, de Agricultura e de Economia, além da Vigilância Sanitária, Ibram e Procon. O grupo é coordenado pela SSP-DF.

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