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Mulheres só devem fazer mamografia antes de tomar a primeira dose de vacina ou quatro semanas após segunda

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Mulheres só devem fazer mamografia antes de tomar a primeira dose de vacina ou quatro semanas após segunda

Médico alerta que laudo pode exibir aumento nos linfonodos das axilas, uma possível reação ao imunizante, tornando necessária a repetição do exame]

Uma das reações do corpo a qualquer vacina, o aumento dos linfonodos (órgãos de defesa) na axila pode ser detectado em exames de mamografia e causar preocupação às pacientes. Por isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomendou que a mamografia de rotina seja feita antes de as mulheres tomarem a primeira dose do imunizante contra a Covid-19 ou quatro semanas após receberem a segunda.

— Quando a pessoa recebe uma vacina, faz uma reação local no braço, como dor e inchaço, e regional nos linfonodos, que vão aumentar de volume. Se a mulher fizer a mamografia logo depois de ser vacinada, o linfonodo aumentado vai aparecer na mamografia e o radiologista vai ter que relatar isso no laudo — explica Vilmar Marques, presidente da SBM. — A orientação, neste caso, é repetir o exame em curto período de tempo.

Segundo documentos divulgados pela SBM, pela Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os imunizantes contra a Covid-19 provocam uma alta resposta imunológica, levando a uma alteração nos linfonodos da axila.

Entre pessoas que receberam a vacina Moderna, por exemplo, a alteração do linfonodo axilar foi a segunda reação local relatada mais frequente, com 11,6% dos pacientes apresentando após a primeira dose e 16% após a segunda dose. Os dados foram coletados entre indivíduos na faixa etária de 18 a 64 anos e no período de cerca de dois a quatro dias após a vacina.

Já para a vacina Pfizer-BioNTech, o problema não constava na lista de efeitos adversos, porém foi citada de forma espontânea em 64 casos no grupo que recebeu o imunizante, ate a apenas dois relatos no grupo placebo, cerca de dois a quatro dias após a vacinação, durando em média dez dias.

A SBM também orienta que sejam incluídos na coleta de informações das pacientes o status da vacinação, com data e lado do braço em que foi aplicada, além do tipo da vacina recebida. Quando a alteração no linfonodo for detectada no exame da mulher que tiver recebido o imunizante, e ela não apresentar lesão mamária suspeita concomitante, a sugestão da entidade é classificar como provavelmente benigno (BI-RADS 3) e recomendar controle após quatro a 12 semanas da segunda dose da vacina.

Só no caso de persistência, deverá ser considerada a biópsia do linfonodo para excluir malignidade mamária ou extramamária. Marques, presidente da SBM, ressalta que a característica do linfonodo aumentado devido à vacina é de benignidade:

— Em média, desaparece entre duas e quatro semanas. Alguns nunca desaparecem, aumentam de volume, mas a característica dele é de benignidade. Chamamos de linfonodo reacional, porque aumenta de volume por um processo reacional à inflamação.

O presidente da SBM explicou ainda que, em casos de câncer, além do linfonodo, a lesão na mama também aparece no exame:

— Quando ele é neoplásico (que sofre alteração devido ao câncer), dificilmente vai ser um linfonodo aumentado, mas sem achado na mamografia. A alteração será na mama e na axila. Quando o linfonodo neoplásico está aumentado, é porque já é um câncer grande. É muito raro ter um câncer muito pequeno que não é visto na mamografia, mas estar na axila.

*Informaçõe: O Globo