A 19ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte- anunciou, na noite desse domingo (28), os vencedores da Mostra Território e os projetos premiados no Brasil CineMundi – 16th International Coproduction Meeting. A cerimônia de encerramento foi no Cine-Theatro Brasil, no centro da capital mineira.
O prêmio de melhor filme da Mostra Território foi concedido a Quemadura China, produção uruguaia dirigida por Verónica Perrotta. Também foram reconhecidos Chicharras (México), de Luna Marán, com o prêmio de Melhor Presença; Huaquero (Peru), de Juan Carlos Donoso Gómez, com Destaque do Júri em Montagem; e Punku (Peru), de Juan Daniel Fernández Molero, vencedor do Prêmio Abraccine.
Destaques da programação
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Ao longo de seis dias, a CineBH exibiu 101 títulos nacionais e internacionais, reforçando a pluralidade e a diversidade do cinema contemporâneo. Entre os destaques, esteve a exibição de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2026.
Filmes desenvolvidos nos laboratórios do CineMundi também chamaram atenção, como A Natureza das Coisas Invisíveis, estreia em longas da brasiliense Rafaela Camelo, que emocionou o público em sessão com aplausos. O filme de Camelo teve sua estreia mundial na mostra Generation, do Festival de Berlim, e recebeu diversos prêmios internacionais neste ano.
O diretor José Eduardo Belmonte apresentou a pré-estreia de Assalto à Brasileira, inspirado em fatos reais do fim da década de 1980. Em entrevista à Agência Brasil, Belmonte destacou que a obra busca retratar “um tempo de desesperança e perda de fé no país”, marcado por inflação descontrolada e pelo início da redemocratização.
Brasil CineMundi
Paralelamente às exibições, o Brasil CineMundi premiou projetos em desenvolvimento, reafirmando sua vocação como espaço de coprodução e fomento a novas vozes do cinema.
O júri oficial, formado por Luana Melgaço, Jorge Cohen e Juliette Lepoutre, escolheu Filhas do Mangue, de Stella Carneiro (AL), como vencedor. Segundo os jurados, o projeto se destacou pela originalidade e pela capacidade de articular experiências íntimas com reflexões sobre preservação ambiental, desigualdades regionais e irreverência juvenil.
Na categoria Work in Progress, os premiados foram:
O Filho da Puta (MG/RS), de Erica Maradona, Otto Guerra, Sávio Leite e Tânia Anaya – Prêmio O2 Pós.
Lusco-Fusco (SP), de Bel Bechara e Sandro Serpa – Prêmio Mistika.
A Fabulosa Máquina do Tempo (RJ), de Eliza Capai – Prêmio The End.
O Prêmio Foco Minas ficou com Arrudas (MG), de Matheus Moura.
Entre os projetos mais celebrados, Você? Mãe? (RJ), de Daniel Gonçalves e Nathalia Santos, conquistou três prêmios distintos (DocBrasil, Conecta e DocSP), sendo reconhecido pela força estética e pelo potencial de tornar o pessoal em universal.
Outros premiados incluem:
Tomba Homem (MG), de Gibi Cardoso – DocSP Study Center.
Febre Tropical (SP), de Andy Malafaia e Carolina Höfs – FIDBA #Link.
Toshi Voltou do Japão (SP), de Marcos Yoshi – Nuevas Miradas.
Enquanto te Escrevo a Paisagem Muda (PE), de Anna Lu Machado e Artur Monteiro – RIDM.
Soberbo (MG), de Camila Matos e Juliana Antunes – Burning.
Omágua Kambeba (AM), de Adanilo – Prêmio principal do MECAS e do coletivo Filmes de Plástico.
Sapatour (SP), de Gab Laurenzato – World Cinema Fund.
Diamante, o Bailarina (SP), de Pedro Jorge – MAFF/Projeto Paradiso.
O coletivo Filmes de Plástico ainda destinou um prêmio especial a Brilhante (MG), de Carol Silva e Karen Suzane, pela relevância LGBTQIAPN+.
Cinema plural e premiado
Com programação gratuita, a 19ª CineBH reafirmou sua posição como um dos principais encontros cinematográficos do Brasil, valorizando tanto a circulação internacional de filmes quanto o surgimento de novas vozes no país.
*A repórter viajou a convite do evento