A alemã Ursula von der Leyen garantiu nesta terça-feira a aprovação do Parlamento Europeu para se tornar a primeira mulher presidente da Comissão Europeia, depois de conquistar o apoio de socialistas e liberais com sua visão de uma Europa mais verde, justa e baseada em regras.
A rejeição pelo Legislativo europeu teria sido um golpe doloroso para o bloco, que está cercado por desafios que vão do comércio ao Brexit e à erosão das normas democráticas, e representaria uma dor de cabeça extra para os líderes da UE que teriam que apresentar outro candidato em um mês.
Como chefe do Executivo da UE, Von der Leyen será responsável pelas negociações comerciais e pelas políticas econômicas e climáticas para 500 milhões de europeus, além de decisões antitruste envolvendo poderosos gigantes da tecnologia.
Ela garantiu 383 votos contra 327, disse o presidente da assembleia, David Sassoli. Ela precisava pelo menos o voto de 374 dos 747 membros do Parlamento Europeu.
“A confiança que vocês depositaram em mim é a confiança depositada na Europa. Sua confiança em uma Europa unida e forte, de leste a oeste, de sul a norte”, disse a conservadora alemã.
“É uma grande responsabilidade e meu trabalho começa agora. Vamos trabalhar juntos construtivamente, porque o objetivo é uma Europa unida e forte”, disse Von der Leyen, que assumirá seu novo papel em 1º de novembro.
O grupo liberal Renovar Europa e a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas já haviam anunciado apoio à política de 60 anos, que nesta semana renunciou ao cargo de ministra da Defesa da Alemanha, independentemente da decisão dos parlamentares da UE.
Mais cedo nesta terça-feira, Von der Leyen definiu suas metas climáticas, indo além das metas atuais, em uma tentativa de convencer tanto os socialistas quanto os liberais. Ela já havia prometido metas ambiciosas em cartas aos dois grupos no dia anterior.
“Nosso maior desafio é manter nosso planeta saudável. Essa é a maior responsabilidade e oportunidade de nossos tempos. Quero que a Europa se torne o primeiro continente do mundo neutro para o clima até 2050”, disse ela aos parlamentares da UE.
A polícia alemã acrescentou que irá propor um Acordo Verde para a Europa em seus primeiros 100 dias no cargo, que transformará partes do Banco Europeu de Investimentos em um Banco do Clima e que introduzirá um Imposto de Fronteira sobre o Carbono.
Von der Leyen também prometeu defender o Estado de Direito, mirou nos impostos baixos pagos por gigantes de tecnologia dos EUA na Europa e disse que atualizará as normas da UE para enfrentar a questão dos migrantes.