União Brasil e Progressistas oficializam desembarque do governo Lula

Os partidos União Brasil e Progressistas (PP), que juntos compõem a federação União Progressista, anunciaram nesta terça-feira (2) o rompimento oficial com a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O bloco, que reúne mais de 100 parlamentares no Congresso Nacional, determinou que todos os detentores de mandato filiados às legendas renunciem a cargos ocupados no Executivo federal.

O anúncio foi feito em Brasília pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e pelo presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), em pronunciamento na Câmara dos Deputados. Mais cedo, ambos já haviam alinhado os termos da decisão em reunião com aliados.

Segundo o comunicado da federação, quem não cumprir a determinação estará sujeito a afastamento imediato e a punições previstas no estatuto partidário. A nota ainda reforça que a medida busca “clareza e coerência” na postura dos partidos diante de seus eleitores.

Impacto imediato

A resolução coloca em xeque a permanência dos ministros Celso Sabino (Turismo, União-PA) e André Fufuca (Esporte, PP-MA), ambos deputados federais e, portanto, enquadrados na regra da União Progressista. Além deles, o União Brasil mantém indicações em outras pastas, como Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira (Comunicações), além da presença do PP no comando da Caixa Econômica Federal, com Carlos Vieira, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Reação do governo

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou respeitar a decisão, mas reforçou que quem permanecer no governo precisa estar alinhado com a pauta defendida pelo presidente Lula. “Ninguém é obrigado a ficar no governo. Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente e com as principais pautas, como justiça tributária, soberania e defesa da democracia”, escreveu nas redes sociais.

A leitura política

O movimento da União Progressista evidencia uma reorganização de forças no Congresso Nacional. Com a decisão, os dois partidos buscam consolidar independência em relação ao Planalto, ao mesmo tempo em que preservam espaço de influência no Legislativo e nos estados. O impacto direto na governabilidade de Lula dependerá da postura individual de parlamentares e da permanência ou não dos ministros indicados pelas siglas.

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