Tarcísio critica Lula e atribui crise com EUA a postura ideológica do governo federal

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, voltou a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (9), após o anúncio do ex-presidente americano Donald Trump sobre a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Para Tarcísio, o governo federal tem priorizado pautas ideológicas em detrimento dos interesses econômicos do país, especialmente nas relações com os Estados Unidos.

A medida anunciada por Trump, segundo ele, é uma reação à condução do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que estaria, na visão de aliados da oposição, afetando diretamente o cenário diplomático e comercial entre os dois países.

Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Tarcísio apontou que o atual governo federal preferiu “prestigiar ditaduras” e “defender a censura”, ao invés de fortalecer relações com os principais parceiros comerciais do Brasil. “Narrativas não resolverão o problema. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa”, escreveu.

A crítica foi ecoada por outros parlamentares da oposição. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que o Brasil poderia evitar o impacto tarifário com uma postura mais diplomática e institucional. “Basta Lula ter diplomacia, parar de perseguir e o STF ficar no seu lugar, que a taxa não incidirá mais no Brasil”, declarou.

Já o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Filipe Barros (PL-PR), relacionou o aumento das tensões diplomáticas à falta de interlocução direta entre Lula e Trump. Para ele, o presidente brasileiro tem se aproximado de regimes considerados autoritários, como os de China, Rússia e Irã – países que integram o grupo dos Brics. “O Brasil é hoje percebido como um aliado de nações que confrontam as democracias ocidentais”, afirmou.

A crise evidencia uma mudança no posicionamento internacional do Brasil e acende um alerta sobre possíveis impactos econômicos diante do afastamento de antigos aliados estratégicos. O governo federal ainda não comentou oficialmente as declarações da oposição nem as novas medidas anunciadas por Trump.

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