“Serão respeitados os resultados das urnas”, diz Bolsonaro ao Jornal Nacional

“Vou respeitar o resultado das urnas. Vamos botar um ponto final nisso?”, afirmou presidente, que classificou como “pacificada” a relação com Alexandre de Moraes, presidente do TSE

“Vou respeitar o resultado das urnas. Vamos botar um ponto final nisso”, afirmou o presidente, candidato à reeleição em outubro.

“Seja qual for [o resultado], eleições limpas serão, devem e têm que ser respeitadas. […] Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes. Como você diz que são auditáveis se em 2014 não aconteceu isso? Vamos botar um ponto final nisso? Vamos respeitar”, disse, ao se referir ao pedido de auditoria das urnas eletrônicas feito pelo PSDB naquele ano.

O presidente afirmou que precisou “provocar” a Justiça Eleitoral para que houvesse mais transparência. Segundo Bolsonaro, a participação das Forças Armadas devem garantir a lisura do processo eleitoral.

“Teremos eleições, o ministro Alexandre de Moraes acabou de assumir [a presidência do TSE]. Amanhã ele tem encontro com o ministro da Defesa, para tratar sobre transparência eleitoral. Tenho certeza que o Moraes vai conversar e chegar a bons termos nessa questão de eleições. Agora, precisei provocar para que chegasse a este ponto. Pode ter certeza que vamos ter eleições limpas e transparentes no corrente ano.”

Questionado sobre os ataques pessoais que fez a Moraes, o presidente afirmou que vinha sendo “perseguido” pelo ministro. No ano passado, Bolsonaro chamou o magistrado de “canalha”. Segundo o presidente, a relação, agora, está pacificada.

“Quem vem sendo perseguido o tempo todo por um ministro do STF sou eu, um inquérito completamente ilegal, e as medidas que vinham sendo tomadas por esse ministro eram contestadas. Lá atrás, inclusive, a procuradora Raquel Dodge, deu um parecer para que este inquérito deixasse de existir, e continua existindo. A temperatura subiu. Hoje em dia, pelo que tudo indica, está pacificado. Espero que seja uma página virada. Até você deve ter visto, por ocasião da posse do senhor Alexandre de Moraes, um certo contato amistoso nosso lá, e pelo que tudo indica está pacificado.”

O presidenta também foi questionado sobre a aproximação entre o governo e o Centrão e sobre o discurso usado durante a campanha de 2018, que associava o grupo partidário à corrupção. Segundo Bolsonaro, sem o Centrão, não é possível governar.

“E olha só, os partidos de esquerda votaram contra. O parcelamento dos precatórios que era condição para a gente dar lá atrás 400 reais de auxílio para o Brasil, para esses mais necessitados. Então o PT votou contra o auxílio Brasil de 400 reais. Sem parcelamento você não tem como conseguir recurso para pagar os 400. Assim como agora também o PT votou contra, ou melhor, discursou contra os 600 reais e votou favorável, aí é questão política dele. Assim como, há poucos meses, para diminuir o preço da gasolina no Brasil, todos os senadores do PT votaram contra a redução de ICMS no Senado. Como é que eu vou trabalhar com o parlamento sem o partido de centro?”

Durante a entrevista, Bolsonaro ainda negou que seu governo seja uma ameaça ao Meio Ambiente. Segundo o presidente, a questão ambiental não deve ser um problema para as relações bilaterais brasileiras.

“Primeiramente: ‘destruidor de florestas’ é uma mentira. Ninguém quer destruir florestas por livre e espontânea vontade. O acordo Mercosul x União Europeia estava travado. Com os problemas agora da guerra, a UE quer acelerar o acordo conosco para o Mercosul. A Alemanha está usando combustíveis fósseis. Por que? Se era um dos países que diziam que nós devíamos, cada vez mais, buscar energia limpa.”

O presidente ainda minimizou as suspeitas sobre o desvio de recursos do Ministério da Educação que levaram à demissão de Milton Ribeiro.

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