Senadores embarcam para os EUA em tentativa de barrar tarifaço de Trump contra o Brasil

Uma comitiva de senadores brasileiros embarca nesta sexta-feira (25) rumo aos Estados Unidos com a missão de tentar abrir canais de diálogo com autoridades americanas diante da ameaça de um “tarifaço” anunciado pelo presidente Donald Trump, que pode entrar em vigor já no dia 1º de agosto.

A movimentação acontece em meio a um cenário de tensão diplomática. Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acompanham de perto as tratativas, revelaram que Trump não autorizou sua equipe a negociar diretamente com o Brasil. Apesar disso, conversas vêm sendo conduzidas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, como informado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Uma ligação entre ambos aconteceu no último sábado (19), com duração de cerca de 50 minutos. O conteúdo da conversa, porém, não foi divulgado.

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, que está nos EUA em missão na ONU, afirmou a interlocutores que o ambiente é de apreensão. Segundo ele, todas as decisões estão centralizadas em Trump e há resistência de integrantes do governo americano em contrariá-lo.

A missão brasileira é liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, que defende a necessidade de uma atuação direta em território americano. “Precisamos tentar adiar o início do tarifaço e reabrir as negociações”, afirmou o parlamentar.

Apesar dos esforços diplomáticos, a missão enfrenta resistência interna. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo estariam articulando para dificultar os encontros da delegação brasileira com autoridades norte-americanas.

A agenda da comissão inclui reuniões no domingo (27) e compromissos oficiais a partir de segunda-feira (28), com uma recepção na Embaixada do Brasil nos EUA e encontro com empresários da Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil). Na terça-feira (29), os senadores visitarão o Capitólio para reuniões com congressistas americanos.

O tempo, no entanto, joga contra a diplomacia brasileira. A equipe espera, ao menos, ganhar fôlego para negociar antes que as medidas tarifárias comecem a vigorar.

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