Uma delegação de senadores brasileiros iniciou, neste sábado (26/7), uma missão diplomática nos Estados Unidos com o objetivo de evitar o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. A medida, considerada prejudicial à indústria nacional, pode impactar diretamente setores estratégicos como o de aço, alumínio e commodities agrícolas.
Durante a visita oficial, os parlamentares terão reuniões com membros do Congresso dos EUA, representantes do governo norte-americano e lideranças empresariais. A agenda busca reforçar a importância da cooperação comercial entre os dois países e defender a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Cinco senadores já estão em Washington D.C.: Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e articulador da missão, Tereza Cristina (PP-MS), Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC) e Fernando Farias (MDB-AL). O senador Carlos Viana (Podemos-MG) também se encontra nos Estados Unidos e deve integrar oficialmente a comitiva no domingo (27). Nos próximos dias, os senadores Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, e Rogério Carvalho (PT-SE) também devem se juntar ao grupo.
A missão foi aprovada por unanimidade no plenário do Senado e reúne representantes de diversas legendas, evidenciando uma frente ampla que vai do PT ao PL.
Os parlamentares argumentam que a taxação — que pode chegar a 50% e está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, conforme anunciado pelo presidente Donald Trump — carece de fundamentos técnicos e pode provocar sérios prejuízos econômicos ao Brasil, inclusive com perda de espaço no mercado internacional e efeitos negativos sobre o emprego.
A agenda oficial começa na segunda-feira (28/7), com compromissos na Embaixada do Brasil em Washington e uma visita à sede da U.S. Chamber of Commerce, onde os senadores se reunirão com representantes do Brazil-U.S. Business Council.
Nos dias seguintes, estão previstas reuniões com autoridades do Congresso americano, incluindo parlamentares democratas e republicanos, além de encontros com organizações da sociedade civil, como o Americas Society Council of the Americas. Toda a programação conta com o apoio do Itamaraty e de entidades do setor produtivo nacional.