A semana não tem sido das mais fáceis para o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). Além de assistir a uma derrota do governo no Supremo Tribunal Federal (STF) em torno da disputa pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o senador recebeu resultados preocupantes de uma pesquisa eleitoral no Amapá, seu reduto político.
O levantamento, realizado pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 11 e 15 de julho de 2025, revela desvantagem expressiva para os candidatos apoiados por Alcolumbre nas eleições de 2026, tanto para o governo do estado quanto para o Senado Federal.
Na disputa pelo Palácio do Setentrião, sede do governo amapaense, o destaque é para o atual prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), que aparece na liderança com 65,2% das intenções de voto. Furlan é adversário direto do grupo político de Alcolumbre no estado.
Enquanto isso, o atual governador e candidato à reeleição, Clécio Luís (Solidariedade) – nome apoiado diretamente pelo presidente do Senado – aparece com apenas 24,3% das intenções. Brancos, nulos e indecisos somam 10,6%.
No cenário para o Senado, a situação é ainda mais delicada para os aliados de Alcolumbre. A primeira colocada na pesquisa é Rayssa Furlan (Podemos), esposa do prefeito de Macapá, com 61,8%. Ela está à frente de nomes tradicionais da política amapaense, como Lucas Barreto (PSD), com 47,9%, e Randolfe Rodrigues (PT), que tem 40,8%.
Já o nome escolhido por Alcolumbre para a disputa ao Senado, o ex-governador e atual ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), aparece apenas na quarta colocação, com 19,3% das intenções de voto — um desempenho abaixo do esperado para alguém com recall estadual e projeção nacional.
Apesar do cenário adverso, aliados do senador afirmam que a pesquisa não reflete a realidade local, defendendo que os dados internos da base mostram uma disputa mais acirrada. Para o grupo de Alcolumbre, ainda há muito jogo pela frente até 2026.
Importante lembrar que Davi Alcolumbre não será candidato nas próximas eleições, tendo sido reeleito senador em 2022 com mandato até 2030. Seu foco político, segundo interlocutores, está voltado para a disputa pela presidência do Senado em 2027, cargo que já ocupou entre 2019 e 2021.
O levantamento ouviu 1.610 eleitores em 16 municípios do Amapá, tem margem de erro de 2,8 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Enquanto o grupo do senador tenta se reorganizar diante dos números desfavoráveis, a oposição liderada pelos Furlan mostra força crescente no estado, desenhando um cenário de renovação política e realinhamento de forças locais.
