Elas pregam o empoderamento, lutam pelo fim da violência contra a mulher, querem direitos iguais, participar da política, ter vez e voz. Pautas que, tradicionalmente, têm sido mais associadas à esquerda. Algumas mulheres, entretanto, unem essas visões a posições e ideologias também apresentadas pelo outro lado do espectro político. Elas se consideram feministas, mas se identificam com pautas da direita.
São profissionais bem-sucedidas, que já encararam obstáculos no mercado de trabalho pelo simples fato de serem do sexo feminino e identificam a necessidade de criação de políticas e ações voltadas para a mulher.
Uma de suas bandeiras comuns é a busca por aumentar a participação delas na política e nos cargos eletivos. Outra é a preocupação com a educação, vista como essencial para o enfrentamento da violência, para a melhoria das condições de vida e da consciência sobre seus direitos e espaços.
Elas refutam fichas-sujas e extremismos — na política e no movimento feminista — e procuram candidatos que estejam atentos à pauta feminina e também à governança da máquina pública.
O Brasil tem hoje 147,3 milhões de eleitores registrados. Destes, 52,5% são mulheres. Os números, no entanto, não se refletem na disputa pelos votos.
A lei eleitoral exige que os partidos tenham pelo menos 30% de candidatas do sexo feminino concorrendo a cargos legislativos. A cota foi atingida em 2018, mas a participação delas ainda raspa na nota de corte: são 30,7% das concorrentes às câmaras estaduais e 31,59% dos candidatos ao Congresso Nacional.