A sucessão à presidência da Câmara dos Deputados, prevista para 2025, tem movimentado o cenário político com articulações intensas. Os deputados Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA), dois dos principais candidatos, têm trabalhado em uma estratégia que exclui o PL, partido de Jair Bolsonaro, do centro da disputa. Ambos buscam formar um bloco “governista” com o objetivo de atrair o apoio do governo Lula e garantir o controle da Câmara sem a participação do maior partido da Casa na atual legislatura.
Se essa aliança se consolidar e vencer, o PT, atualmente o segundo maior partido da Câmara, ficaria com a 1ª vice-presidência. Outros cargos da mesa diretora seriam distribuídos entre os partidos da base governista de Lula.
Embora Brito e Elmar sejam adversários diretos na corrida, decidiram unir forças para se contrapor ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), considerado o favorito de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara. A estratégia é criar um contrapeso ao grupo de Lira, que conta com o apoio do PL e busca manter influência na Casa.
Essa disputa reflete o peso político que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem no processo. O apoio de Lula é visto como decisivo para desequilibrar a balança em favor de um dos três principais candidatos: Brito, Elmar ou Hugo Motta. Isso coloca a sucessão da Câmara literalmente nas mãos do presidente.
O PL, com seus 92 deputados, também almeja a 1ª vice-presidência da Câmara. Já alinhado ao grupo de Hugo Motta, o partido planeja indicar um nome para o cargo em troca do apoio ao candidato do Republicanos, fortalecendo ainda mais a sua posição na Câmara.
A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados tem implicações profundas para a governabilidade do país e para a representação feminina no cenário político. Para as mulheres na política, é essencial acompanhar essa eleição, pois a composição da mesa diretora impacta diretamente as pautas prioritárias, incluindo aquelas relacionadas à igualdade de gênero e ao fortalecimento da representatividade feminina no Congresso.
