Disputa nas Redes: Bolsonaro Critica Reforma Tributária de Lula

O ex-presidente Jair Bolsonaro está utilizando suas redes sociais para criticar a proposta de regulamentação da Reforma Tributária, em uma clara estratégia de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 26 de abril e 1º de maio, Bolsonaro dedicou dez postagens para criticar o texto entregue ao Congresso Nacional, algumas delas contendo desinformação sobre o tema. Segundo um relatório da consultoria Bites, os posts alcançaram uma média de 558 mil pessoas, liderando o ranking de relevância digital sobre a reforma.

As postagens de Bolsonaro têm um alcance médio dez vezes maior do que as do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, responsável pelas negociações da reforma pelo governo Lula. Enquanto Haddad fez apenas quatro postagens sobre o assunto entre janeiro e abril, com a maior delas sendo visualizada por 87 mil pessoas, Bolsonaro está enfatizando principalmente a suposta alta de impostos decorrente da reforma.

Bolsonaro argumenta que a Reforma Tributária aumentará os impostos, criticando o projeto enviado ao Congresso por ser longo e dúbio, insinuando que as mudanças propostas ainda não estão claras. Ele também afirma que a alíquota final será alta, embora o projeto em discussão preveja uma alíquota média de 26,5% sobre o consumo, sujeita a negociações durante a regulamentação.

É importante destacar que o texto da Emenda Constitucional 132, que instituiu a Reforma Tributária, prevê um impacto neutro da mudança no sistema de cobrança de impostos, ou seja, não haverá aumento da carga tributária em relação ao patamar atual ao fim do período de transição da reforma.

Bolsonaro também tenta associar a reforma exclusivamente ao governo, apesar de ter sido aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados e no Senado, após mais de quatro décadas de discussão no Legislativo.

Enquanto isso, Lula tem abordado o tema em suas postagens com um alcance médio de 145 mil pessoas, destacando pontos-chave da proposta e enfatizando os benefícios para investidores e a redução da carga tributária para os mais pobres.

Apesar das críticas de Bolsonaro, é importante notar que ele possui uma vantagem numérica significativa em suas redes sociais, com 12,5 milhões de seguidores no X, em comparação com os 8,8 milhões de Lula, o que pode influenciar a disseminação de suas mensagens.

Últimas