CPMI do INSS ouve advogado considerado peça-chave em esquema de fraudes bilionárias

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura fraudes em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ouvirá nesta segunda-feira (1º) o advogado Eli Cohen, apontado como peça-chave nas investigações. A sessão está marcada para as 16h, no Senado Federal.

Cohen é considerado fundamental para o avanço das apurações, por ter reunido provas, documentos e registros que revelaram o alcance do esquema de filiações forjadas e descontos ilegais em benefícios previdenciários.

Fraudes bilionárias

Segundo a Polícia Federal, entre 2019 e 2024, sindicatos e associações teriam desviado cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas, por meio de cobranças indevidas e fraudes em empréstimos consignados. A investigação resultou em prisões, buscas e até no afastamento do então presidente do INSS.

O instituto abriu processos contra 12 entidades suspeitas e afirmou que os segurados poderão solicitar o ressarcimento dos valores descontados indevidamente pelo aplicativo Meu INSS.

Papel da CPMI

Instalada na semana passada, a comissão tem duração inicial de seis meses, podendo ser prorrogada. Ao todo, são 32 parlamentares titulares (16 deputados e 16 senadores). A presidência está a cargo do senador Carlos Viana (Podemos-MG), e a relatoria é do deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL).

Com poderes de convocar autoridades, requisitar documentos e propor mudanças na legislação, a CPMI tem dois eixos principais de investigação:

  • descontos irregulares feitos por associações diretamente na folha de pagamento dos beneficiários;
  • fraudes em empréstimos consignados contratados sem autorização dos aposentados.

Convocação de Eli Cohen

O pedido para ouvir Cohen partiu do relator Alfredo Gaspar. O advogado, que atuou diretamente na coleta de provas, deve detalhar como entidades e empresas privadas utilizaram de forma irregular os dados pessoais de segurados. A expectativa é que seu depoimento ajude a esclarecer o papel de sindicatos, associações, gestores do INSS e até ex-ministros da Previdência no esquema.

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