O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), afirmou nesta quarta-feira (16) que o Congresso Nacional está unido na defesa dos interesses do Brasil diante da decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. A medida foi classificada por Alcolumbre como uma “agressão” ao Brasil e aos brasileiros.
Após uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o presidente do Senado reforçou que o Legislativo está pronto para atuar de forma conjunta com o Executivo na busca por soluções diplomáticas e comerciais.
“Vamos defender a soberania nacional, os empregos dos brasileiros e os empresários brasileiros”, declarou Alcolumbre, ao afirmar que as tratativas devem ser conduzidas pelo governo federal, com apoio do Parlamento.
O presidente Lula, segundo Alcolumbre, acertou ao delegar a missão de coordenar as negociações a Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O comitê criado para tratar do tema já está ativo.
Unidade nacional contra sanções comerciais
O presidente da Câmara, Hugo Motta, também destacou o momento como um exemplo de união nacional. Ele lembrou a recente aprovação do Projeto de Lei 2.088/2023, que criou a Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o Brasil a reagir a barreiras comerciais impostas por outros países.
“A população compreende que decisões externas não podem interferir na nossa soberania. Estamos prontos para apoiar o governo com agilidade sempre que necessário”, reforçou Motta.
A regulamentação da nova lei foi assinada pelo presidente Lula no início da semana, dando ao país instrumentos legais para responder a sanções como a anunciada pelos Estados Unidos.
Diplomacia e firmeza
Também participaram da reunião a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e um grupo de senadores e deputados federais. O vice-presidente Alckmin destacou a importância de conduzir o processo com serenidade, firmeza e diálogo internacional, buscando preservar os empregos, a indústria nacional e as relações diplomáticas.
“É hora de agir com resiliência, defendendo nossos interesses sem abrir mão do diálogo”, resumiu Davi Alcolumbre.
A expectativa é que o comitê liderado por Alckmin reúna dados técnicos, ouça diferentes setores da sociedade e proponha caminhos diplomáticos e comerciais para proteger o Brasil das novas tarifas norte-americanas, sem comprometer as relações bilaterais com os Estados Unidos.