ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo diz que não há divisões no PT e que esta é a hora de “acumular forças” para que o ex-presidente Lula, mesmo condenado em segunda instância e preso em Curitiba, seja o candidato do partido.
Ele confirma que participou, junto com os advogados de Lula, da negociação com a Polícia Federal para que o desfecho da prisão acontecesse sem vítimas. Cardozo já foi chefe da PF quando ocupava o Ministério da Justiça.
O ex-ministro repetiu os argumentos da defesa e acusa a prisão de Lula de ser “injusta, indevida e ofensiva ao estado de direito”.
Perguntado pelo blog sobre a melhor estratégia neste momento, levando-se em conta a eleição, Cardozo respondeu que não se pode confundir as lutas. E que a principal delas é “acumular forças, até porque existem forças que claramente querem impedir Lula de disputar a eleição”.
“A luta eleitoral do PT passa por uma outra dimensão, uma dimensão que necessariamente não se projeta nessa perspectiva, mas se projeta na vitória de 2018. Então, eu não posso em momento algum confundir as lutas, até porque a luta pela democracia e pelo Estado de Direito é uma que se faz com certos aliados e a luta pela campanha de Lula se faz em outra dimensão”, afirmou ele ao blog.
O petista também criticou a rapidez da decisão de prender o ex-presidente e rebateu o juiz Sérgio Moro, que chamou os “embargos dos embargos”, recurso ainda possível na segunda instância, de “patologia protelatória”.
“Não há porque se prejulgar um recurso dizendo que ele é procrastinatório e efetivamente desqualificá-lo, sem que o órgão jurisdicional competente tenha previamente definido a matéria”.