Bolsonaro reage a denúncia da PGR: “Acusação estapafúrdia”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou publicamente pela primeira vez após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir sua condenação ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado. Em entrevista ao portal Poder360, Bolsonaro classificou a acusação como “completamente estapafúrdia” e disse ser vítima de perseguição política e jurídica.

“Nunca imaginei estar nessa situação. Estou sendo acusado por fatos que sequer ocorreram da forma como estão sendo narrados. Sou obrigado a provar que sou inocente, enquanto nada concreto foi apresentado contra mim”, afirmou.

A manifestação da PGR, enviada ao STF na última segunda-feira (14), aponta o ex-presidente como o “principal articulador e maior beneficiário” de uma organização que teria planejado abalar as estruturas democráticas do país. O documento relaciona Bolsonaro a cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa armada. As penas combinadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

Defesa destaca ausência do ex-presidente no país

Durante a entrevista, Bolsonaro destacou que estava fora do Brasil no dia 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

“Estava nos Estados Unidos no dia dos atos. Me atribuem crimes de depredação de patrimônio quando eu sequer estava no país. Tenho vergonha alheia dessa acusação.”

O ex-presidente também criticou a alegação de que liderava uma organização criminosa armada. Segundo ele, não há qualquer prova de armamento entre os envolvidos nos atos, e nenhum equipamento foi apreendido pelas autoridades legislativas.

Críticas à condução do processo

Em tom crítico, Bolsonaro questionou a condução das investigações e o sumiço de câmeras de segurança no Ministério da Justiça, à época comandado por Flávio Dino.

“Por que quase 200 câmeras sumiram do Ministério da Justiça? Elas mostrariam que o quebra-quebra começou antes mesmo da chegada de manifestantes ao local”, sugeriu.

O ex-presidente também citou declarações de figuras públicas como os ex-ministros Aldo Rebelo e Nelson Jobim, além do atual ministro da Defesa, que, segundo ele, negaram que os atos de 8 de janeiro configurassem uma tentativa de golpe.

Processo segue para julgamento no STF

O pedido da PGR faz parte da fase final do processo, que agora segue para análise da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, ainda sem data definida para julgamento. A PGR não solicitou a prisão preventiva de Bolsonaro neste momento.

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