A semana em Brasília foi mais um retrato fiel do poder real do Centrão. A polêmica em torno da PEC da Blindagem mostrou, mais uma vez, que quem defende ou se opõe a certas pautas acaba sendo moldado pelo bloco que detém o protagonismo político. Aqueles que antes se posicionavam como defensores da medida agora recuam, e a própria anistia, que beneficiaria alguns, enfrenta resistências surpreendentes — até de quem foi anistiado.
O que se vê é um cenário de tática e poder, típico da política brasileira: o Centrão demonstra que é ele quem define a pauta, decide os protagonistas e mantém o queijo e a faca na mão. Esquerda e direita, por mais que tentem pressionar, percebem que não há avanço sem diálogo com esse bloco estratégico.
O episódio mostra que os debates legislativos vão além das linhas ideológicas: o poder também é pragmático. O Centrão, historicamente flexível, se ajusta conforme o momento e as negociações, lembrando que na política brasileira as decisões envolvem acordos, concessões e articulações constantes.
Em resumo: Brasília segue mostrando que a força não está na retórica nem nas bandeiras, mas na capacidade de articular, segurar o poder e ditar o ritmo das votações. Quem subestima isso, acaba sendo atropelado pelo pragmatismo que move o centro político do país.