O radicalismo que nos divide e enfraquece a democracia

Nos últimos anos, o Brasil tem assistido ao crescimento de uma perigosa cultura política: a do radicalismo. Não importa se à direita ou à esquerda, o extremismo transforma adversários em inimigos, reduz o debate público a ataques pessoais e sufoca a possibilidade de diálogo.

O efeito disso é devastador. Famílias se dividem, amizades se rompem, lideranças políticas deixam de discutir projetos para disputar quem grita mais alto. A política, que deveria ser instrumento de construção coletiva, vira palco de disputas emocionais e inconsequentes.

Como jornalista, acompanho diariamente essa transformação. E como mulher, percebo que o radicalismo atinge ainda mais fortemente aquelas que ousam ocupar o espaço público. A violência política de gênero cresce, sustentada por um ambiente tóxico em que o respeito desaparece.

Mas há uma boa notícia: a sociedade começa a dar sinais de cansaço. O eleitor quer soluções concretas, não discursos inflamados. Quer projetos que melhorem sua vida, não inimigos para combater. Esse é o momento de transformar indignação em maturidade democrática.

De A a Z, o que precisamos é resgatar o essencial: política como serviço público, não como guerra.

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