Mulheres na Política: Representatividade Ainda Tem Cor?

As eleições de 2024 trouxeram avanços para a presença feminina na política, mas um detalhe chama atenção: a maioria das mulheres eleitas no Brasil é branca. Em um país onde mais de 50% da população se autodeclara negra ou parda, esse dado do TSE não deveria passar despercebido. Afinal, representatividade não deveria ter cor, mas, na prática, ainda tem.

O problema não está na vitória das mulheres brancas, mas no que isso revela sobre as barreiras enfrentadas por outras. Mulheres negras e indígenas continuam sub-representadas, não por falta de capacidade ou interesse, mas pela ausência de oportunidades reais. O acesso a financiamento, o espaço nos partidos e o apoio de lideranças políticas ainda favorecem perfis mais tradicionais.

O Brasil precisa de uma política onde gênero e raça não sejam filtros de exclusão. Se queremos uma democracia verdadeiramente diversa, é preciso garantir que mulheres de todas as origens tenham condições de disputar e vencer. Não basta celebrar o aumento das eleitas, é necessário questionar: quem ainda fica de fora e por quê?

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