Covid-19 Cinco Anos Depois, o Brasil Ainda Remenda a Realidade

Cinco anos depois do início da pandemia, aqui estamos nós, Brasil e mundo, ainda tentando descobrir se o que vivemos foi um pesadelo coletivo ou o episódio mais longo de uma série ruim. Tudo começou com aquele famoso ‘primeiro infectado’, que virou assunto de debates e manchetes sensacionalistas. Daí para decretos de fechamento geral foi um pulo, e num piscar de olhos, a normalidade virou artigo de luxo.

De repente, viver sem o toque, sem o ver, sem fazer as coisas simples, tornou-se o novo cotidiano. Famílias foram desfeitas, amigos se perderam, e o Brasil se viu diante do espelho mais cruel: um país onde o absurdo já era rotina e a hipocrisia se tornou política pública. Porque, convenhamos, enquanto alguns eram ordenados a ficarem trancados em casa, outros tinham que continuar trabalhando, como se o vírus tivesse alguma preferência de classe ou função.

O país sobreviveu. Não por eficiência ou planejamento, mas por aquela nossa velha conhecida, a famosa ‘brasilidade’. Resiliência? Talvez. Desespero disfarçado de coragem? Muito provavelmente. No fim, o que restou foi uma nação desorganizada, mas teimosamente em pé, tropeçando em suas próprias contradições.

Agora, passados cinco anos, ainda tentamos juntar os pedaços. A economia se remenda com fita adesiva, enquanto a saúde pública continua uma promessa nunca cumprida. E a política, bem… A política segue fingindo que está tudo sob controle. Mas quem sabe? Com as eleições de 2026 se aproximando, talvez surjam novas promessas milagrosas para tapar os buracos — ou pelo menos disfarçá-los melhor. Porque essa, afinal, é a nossa maior especialidade.

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