Brasil x EUA: Vai ter troco, sim senhor! (Ou será só cena?)

Atenção, senhores e senhoras, o Brasil acaba de tirar o paletó, arregaçar as mangas e dizer, com toda pompa e bravura: “Se bater, vai levar!”. Nesta sexta-feira, o presidente Lula sancionou a tão falada Lei da Reciprocidade Comercial, uma espécie de “manual de defesa pessoal” contra o protecionismo internacional — especialmente o norte-americano, que vem distribuindo tarifas como quem joga confete no Carnaval.

Sim, o tarifaço de Trump, aquela belezinha diplomática que já aplicou 10% sobre tudo o que o Brasil exporta (com exceção de aço e alumínio, que ganharam um “carinhoso” 25%), parece ter finalmente recebido uma resposta: o Brasil está pronto para “trocar chumbo”. Agora só falta o chumbo.

Mas calma lá. Antes de imaginar um duelo de gigantes, com tarifas voando para todos os lados, é bom lembrar que estamos falando de um país que ainda briga para decidir se fiscal vai ganhar aumento ou se vai ter verba para merenda escolar. Será que dá pra encarar o Tio Sam com um estilingue econômico?

A nova lei autoriza o governo brasileiro a retaliar comercialmente qualquer país ou bloco que adote práticas que prejudiquem a competitividade brasileira. Parece justo, parece firme, parece… meio tarde. Afinal, os EUA já fizeram o estrago, e a economia brasileira anda tropeçando em obstáculos internos bem antes de Trump descobrir o botão de “sobretaxar”.

Ah, e não podemos esquecer: tudo passa primeiro pelo Camex (Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior), que precisa avaliar, discutir, negociar… ou seja, o Brasil pode até estar armado, mas não necessariamente com munição rápida.

No fim das contas, a pergunta que paira no ar é: o Brasil realmente aguenta manter esse tom de confronto com os Estados Unidos? Ou estamos apenas encenando uma peça de resistência para o público interno, enquanto na prática continuamos enviando soja, minério e torcida para que os americanos sejam bonzinhos?

Porque se a ideia é responder com força, seria bom ter certeza de que o calcanhar de Aquiles não é feito de papel reciclado.

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