Trump sinaliza abertura para diálogo com Lula em meio a crise diplomática

presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (1º) que está disposto a conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio ao acirramento das tensões entre os dois países. “Ele pode falar comigo quando quiser”, declarou Trump à jornalista Raquel Krähenbühl, da TV Globo, ao ser questionado sobre a possibilidade de retomar o diálogo com o Brasil.

A fala representa o primeiro gesto público de aproximação desde que Trump reassumiu a presidência dos EUA, em janeiro deste ano. Até o momento, não houve qualquer contato direto — presencial ou telefônico — entre os dois chefes de Estado.

O aceno ocorre em meio a um cenário delicado nas relações bilaterais. Nas últimas semanas, Washington anunciou tarifas de 50% sobre uma série de produtos brasileiros e aplicou sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky. Questionado sobre a motivação para as medidas, Trump afirmou apenas que “as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”, sem detalhar o que motivou as ações.

Em resposta, o presidente Lula usou suas redes sociais para reafirmar o compromisso com o diálogo e a defesa da soberania nacional. “Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, publicou o presidente em sua conta oficial na rede X (antigo Twitter).

Nos bastidores, o governo brasileiro tenta contornar a crise por meio de esforços diplomáticos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já antecipou que uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, está em articulação. O encontro visa não apenas discutir as tarifas impostas, mas também esclarecer o funcionamento das instituições brasileiras frente às interpretações equivocadas que possam ter influenciado as recentes sanções.

Apesar da retórica crítica, o sinal de Trump abre uma janela para a retomada das negociações diretas, o que pode representar um caminho para conter os impactos econômicos e restabelecer os canais de cooperação entre os dois países.

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