As relações entre Estados Unidos e Venezuela ganharam novos contornos nas últimas semanas, com a recente movimentação militar americana próxima ao território venezuelano. Apesar do aumento da tensão, especialistas destacam que o petróleo continua sendo o principal elemento nas negociações entre os dois países.
Segundo analistas, a presença militar dos EUA não indica, neste momento, uma preparação para invasão, já que o contingente atual é insuficiente para uma ofensiva efetiva. A ação, no entanto, é interpretada como um recado político: tanto para governos que adotam posições independentes da política norte-americana quanto para setores mais radicais do eleitorado americano, que criticam o diálogo com o presidente Nicolás Maduro em torno do petróleo.
Precedente histórico e novo cenário
O movimento faz lembrar a invasão do Panamá em 1989, quando os EUA usaram acusações de narcotráfico para derrubar Manuel Noriega, ex-informante da CIA. Contudo, a situação venezuelana é mais complexa. Após a tentativa de golpe contra Hugo Chávez, o país estreitou laços com Cuba, que ajudou a reformular o sistema militar e de segurança venezuelano.
Hoje, a Venezuela adota um modelo inspirado no regime cubano, com forte controle sobre as Forças Armadas, dificultando qualquer tentativa de intervenção externa. Esse aparato tem garantido a permanência de Maduro no poder, sustentando a estabilidade interna do governo mesmo diante das pressões internacionais.
Especialistas apontam que a estratégia militar venezuelana, baseada no controle rígido e na lealdade das forças armadas, torna o país um território de difícil acesso para ações externas – um fator que mantém a tensão elevada, mas reduz a probabilidade de uma invasão direta pelos Estados Unidos.