Opas diz : Imunização na América Latina deve ser prioridade global

Com escassez de vacinas, América Latina concentrou 55% de todas as mortes por Covid-19 na última semana

Enfermeira segura dose de vacina no centro de saúde de Los Pinos, Bolívia, em maio de 2020 (Foto: Unicef/Carola Andrade)

A diretora-geral da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Carissa Etienne, disse que a expansão do acesso equitativo à imunização contra Covid-19 na América Latina deve ser uma prioridade global.

Conforme Etienne, pesar de ser o epicentro da pandemia, as Américas estão atrasadas nos esforços de vacinação. “A maioria dos países não tem como acessar as doses das por meio de acordos bilaterais com os fabricantes”, disse.

A região registrou 55% das mortes notificadas em todo o mundo na última semana. A Opas já se colocou à disposição para garantir o recebimento das doses o mais rápido possível.

Durante a pandemia, os países enfrentaram escassez de insumos médicos essenciais, como remédios, testes, equipamentos de proteção individual e até oxigênio, que continua faltando em grande parte das Américas. Agora, o grande desafio são as vacinas.

“Os fabricantes estão trabalhando 24 horas por dia para produzir mais doses. Novas candidatas à vacina estão sendo analisadas e incluídas na Lista de Uso de Emergência da OMS”, relatou Etienne.

Devido a esse esforço, mais vacinas estarão disponíveis em breve. “Mas por enquanto o mundo continua enfrentando uma escassez de imunização, em especial na América Latina, durante grande parte de 2021″, lembrou.

Desigualdade

A chefe da Opas lembrou que os países ricos estão imunizando enquanto muitos países ainda não receberam uma única dose. “Essa disparidade prejudica os princípios de solidariedade e, mais do que isso, é uma estratégia autodestrutiva”.

Etienne contou que, enquanto a Covid-19 existir em alguma parte, o resto do mundo não está seguro. Quanto mais o vírus se espalhar, maior o risco de surgirem variantes perigosas, o que pode complicar os esforços de controle.

A chefe da Opas também destacou o acesso a estas imunizações dentro dos Estados-membros, dizendo que não devem aumentar a divisão dentro dos países. Segundo ela, “essas vacinas que salvam vidas não devem ser um privilégio de poucos, mas um direito de todos”.

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