O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (7) que pretende ocupar integralmente a Faixa de Gaza ao fim da guerra, mas negou que haja intenção de anexar o território ao Estado israelense. Em coletiva de imprensa em Tel Aviv, o premiê detalhou que o controle seria temporário, exercido pelas Forças Armadas, até a formação de um governo local, e que seria criado um “perímetro de segurança” ao redor da região.
“Não queremos ficar com Gaza, queremos um perímetro de segurança”, disse Netanyahu, que reiterou à Fox News que o objetivo é controlar o território sem incorporá-lo oficialmente.
A proposta gerou reação imediata do grupo palestino Hamas, que chamou o plano de “golpe” às negociações de cessar-fogo e acusou o líder israelense de “sacrificar” reféns por interesses políticos.
Fontes da emissora israelense i12 já haviam antecipado que Netanyahu pretende formalizar o plano ainda hoje em reunião de gabinete. No entanto, há resistência interna: o chefe de gabinete das Forças Armadas declarou que não pretende executar a proposta, e o premiê ameaçou demiti-lo em caso de recusa.
O plano prevê:
- ocupação total de Gaza por tropas israelenses;
- administração temporária sob comando militar;
- criação de um perímetro de segurança;
- operações em áreas com suspeita de cativeiros de reféns.
A Faixa de Gaza é território palestino reconhecido pela ONU desde 1948 e historicamente marcado por conflitos. A ideia de ocupação não é nova: em maio, Netanyahu já havia incluído a medida em seu “plano de vitória” e, em reunião na Casa Branca, o então presidente Donald Trump sugeriu que os EUA poderiam controlar a região, realocar moradores e transformá-la em destino turístico.