A população da Faixa de Gaza enfrenta uma catástrofe humanitária sem precedentes. Segundo relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a região atingiu o nível 5 na classificação de segurança alimentar — o mais elevado da escala, que indica fome generalizada.
De acordo com o levantamento, a escassez extrema de alimentos afeta a maior parte da população do território, com casos severos de desnutrição aguda, principalmente entre crianças. Além disso, a taxa de mortalidade é considerada alta, mesmo desconsiderando as mortes provocadas pelos bombardeios. Os dados se referem, especificamente, a óbitos causados por desnutrição ou por doenças associadas à má nutrição.
Pressão internacional cresce sobre Israel
Apesar da gravidade da situação, o governo de Israel insiste que não há fome em Gaza. No entanto, o cenário desolador começa a gerar reações até mesmo entre aliados históricos do país. Na semana passada, a França anunciou que vai reconhecer oficialmente o Estado Palestino e manifestou apoio à solução de dois Estados: um judeu, Israel, e outro palestino.
Nesta segunda-feira (29), foi a vez do Reino Unido sinalizar apoio ao reconhecimento da Palestina como Estado soberano. O ministro britânico das Relações Exteriores declarou, em uma conferência da ONU em Nova York, que, caso Israel não ponha fim à guerra e à crise humanitária, o reconhecimento será formalizado durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro.
Reconhecimento internacional
Atualmente, 144 dos 193 países-membros da ONU já reconhecem a Palestina como Estado independente — entre eles, o Brasil. No entanto, algumas das nações mais influentes do cenário geopolítico, como Estados Unidos, Canadá, Austrália e a maioria dos países europeus, ainda não adotaram essa posição.
O relatório da FAO reacende o alerta sobre a urgência de uma resposta internacional para frear o colapso humanitário em Gaza, que atinge civis — especialmente crianças — com fome, doenças e mortes evitáveis.