O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, iniciou nesta terça-feira (2) uma viagem oficial ao México e ao Equador para discutir medidas de combate às drogas e de segurança regional. A agenda ocorre em meio à escalada de tensões provocada pela mobilização de embarcações militares americanas na costa da Venezuela, sob a acusação de que o governo de Nicolás Maduro lidera um cartel internacional de narcotráfico.
A Casa Branca afirmou, em comunicado, que a missão de Rubio trata de “ameaças narcoterroristas”, incluindo tráfico de fentanil, combate a cartéis, imigração ilegal e neutralização de atores considerados hostis aos interesses dos EUA.
Reações do México e da Venezuela
No México, a presidenta Claudia Sheinbaum descartou qualquer possibilidade de ação direta dos EUA contra cartéis em território mexicano, reforçando que o país aceita apenas relações de cooperação em igualdade de condições.
Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro acusou Washington de promover uma “ameaça imoral e criminosa” ao mobilizar oito navios de guerra e um submarino nuclear na região. Maduro declarou que Caracas se prepara para responder a um eventual ataque, que classificou como a maior ameaça em um século. Para ele, a questão antidrogas é apenas um pretexto para tentar desestabilizar o governo venezuelano, a exemplo do que ocorreu em 2019, quando os EUA apoiaram a autoproclamação de Juan Guaidó.
O papel do Equador
Após a visita ao México, Rubio segue para o Equador, onde deve se reunir com o presidente Daniel Noboa na quinta-feira (4). Noboa, alinhado à política de segurança dos EUA, propôs uma consulta popular para eliminar a proibição de instalação de bases militares estrangeiras no país.
O Equador tem enfrentado uma escalada da violência ligada ao narcotráfico, que elevou a taxa de homicídios para 45,7 por 100 mil habitantes em 2023, uma das maiores da América Latina. Nesse contexto, Noboa reforçou a presença militar nas ruas e declarou o país em “conflito armado interno”.
Críticas regionais
Maduro questionou a escolha dos EUA pelo Equador como parceiro estratégico, lembrando que carregamentos de cocaína têm sido encontrados com frequência em exportações de banana do país. O presidente venezuelano associou a família Noboa ao narcotráfico, acusação negada pelo governo equatoriano.
Já o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, reforçou a oposição a qualquer ação militar contra a Venezuela, defendendo uma resposta regional coordenada para enfrentar o narcotráfico sem “subserviência servil aos estrangeiros”.