EUA classificam Mais Médicos como “golpe diplomático” e revogam vistos de ex-integrantes do programa

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil afirmou, nesta quinta-feira (14), que o programa Mais Médicos representou um “golpe diplomático” que explorou médicos cubanos e beneficiou financeiramente o regime de Cuba. Segundo a representação diplomática, autoridades brasileiras teriam acobertado um esquema coercitivo de exportação de mão de obra, utilizando a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como intermediária.

A acusação veio acompanhada da revogação de vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador-geral para a COP30, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta e ex-diretor de Relações Externas da Opas.

Em nota publicada no site do Departamento de Estado, o senador republicano Marco Rubio afirma que a parceria Brasil–Opas permitiu implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros e driblando sanções impostas pelos EUA a Cuba.

Criado em 2013 no governo Dilma Rousseff (PT), o Mais Médicos foi um dos principais programas voltados para ampliar o atendimento na atenção primária à saúde, principalmente em regiões remotas e de difícil fixação de profissionais. Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), o projeto foi reformulado e passou a se chamar Médicos pelo Brasil.

Em julho de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nova reformulação, mantendo o nome original e buscando ampliar a cobertura em áreas carentes, com incentivos à participação de médicos brasileiros e estrangeiros.

O caso reacende debates sobre a participação de médicos cubanos no Brasil e as implicações políticas e diplomáticas do programa.

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