O governo brasileiro repudiou, nesta quarta-feira (2), a interceptação de embarcações da chamada “Flotilha Global Sumud” por forças israelenses em águas internacionais. Entre os ativistas detidos, estão 15 brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
Em nota oficial, o Itamaraty classificou a operação como ilegal e arbitrária e solicitou a liberação imediata dos cidadãos. “O Brasil exorta o governo israelense a liberar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores de direitos humanos detidos”, afirmou o comunicado.
Segundo a chancelaria, a flotilha tinha caráter estritamente humanitário, transportando ajuda para a Faixa de Gaza, e sua interceptação constitui uma grave violação do direito internacional, especialmente da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que garante a liberdade de navegação em águas internacionais.
O Itamaraty também ressaltou que operações humanitárias não podem ser obstruídas e pediu à comunidade internacional que pressione Israel a cessar o bloqueio à Faixa de Gaza, apontando que tal medida fere o direito internacional humanitário.
Além disso, a nota destacou a necessidade de cumprimento da Convenção de Viena sobre Relações Consulares (1963), exigindo que as autoridades israelenses permitam visitas consulares aos brasileiros detidos. Uma equipe da Embaixada do Brasil em Israel fará a visita na próxima sexta-feira, com o objetivo de verificar as condições de saúde, segurança e tratamento dos ativistas, além de oferecer assistência jurídica e orientação sobre os procedimentos legais.
O governo brasileiro reforça que Israel deve ser responsabilizado por atos ilegais ou violentos contra cidadãos que atuam de forma pacífica, ressaltando a importância de proteger a integridade física e o bem-estar de todos os detidos.