A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (19) que a COP-30, marcada para novembro em Belém (PA), será uma oportunidade para reforçar a cooperação global no enfrentamento da crise climática.
Em coletiva de imprensa após o encontro regional do Balanço Ético Global (BEG), em Nova York, Marina destacou que o multilateralismo está em risco, citando como retrocesso a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris em janeiro de 2026.
“Os EUA são, de longe, a maior potência econômica, o segundo maior emissor e a maior potência tecnológica. Se não estão alinhados, há um imenso prejuízo”, disse a ministra.
Marina também defendeu a viabilização de US$ 1,3 trilhão até 2035 para apoiar países em desenvolvimento em mitigação e adaptação, além de acelerar a transição energética. Segundo ela, é urgente triplicar o uso de renováveis, duplicar a eficiência energética e investir em uma matriz limpa e diversificada.
Outro ponto levantado foi a escalada dos preços de hospedagem em Belém durante o evento. Marina classificou os valores como “inaceitáveis”, com diárias até dez vezes maiores que o normal. O governo federal e o Pará estudam medidas legais para conter os aumentos, incluindo cotas mínimas de quartos para delegações de países em desenvolvimento, pequenas ilhas e representantes da sociedade civil, academia, setor privado e imprensa.
“Sem os delegados, não há COP. Mas também não há COP sem sociedade civil e imprensa”, reforçou André Corrêa do Lago, presidente designado da COP-30.