Efeito Trump e a Ameaça Tripla ao Clima: Marina Silva Alerta para os Riscos Globais

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode representar um desafio significativo para as ações globais de combate às mudanças climáticas. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, destacou recentemente os impactos negativos que essa mudança política pode trazer para os acordos ambientais internacionais.

Os Três Grandes Riscos

Durante um evento em Délhi, Marina Silva ressaltou que o contexto geopolítico atual, marcado por turbulências comerciais e disputas tarifárias, pode comprometer os avanços alcançados na luta contra o aquecimento global. Segundo ela, o efeito Trump pode gerar um impacto negativo triplo:

  1. Menos ação climática: Com a possível retirada dos Estados Unidos de acordos ambientais e a redução do compromisso do país com metas sustentáveis, o combate ao aquecimento global pode perder força.
  2. Menos recursos financeiros: O corte de financiamentos destinados às nações em desenvolvimento pode comprometer a capacidade dessas regiões de implementar soluções sustentáveis.
  3. Menos cooperação internacional: A deterioração das relações diplomáticas e comerciais pode dificultar a construção de acordos climáticos e comprometer a confiança entre os países.

O Papel do Brasil na COP30

Com a aproximação da COP30, que será realizada no Brasil em novembro, Marina Silva enfatizou a importância de um compromisso renovado com o multilateralismo e a ciência climática. O governo brasileiro pretende liderar esforços para fortalecer o Acordo de Paris e garantir que a cooperação global continue avançando.

Outro ponto de preocupação é a possibilidade de redirecionamento de fundos internacionais para setores como defesa, em detrimento do financiamento para iniciativas climáticas. A ministra alertou que, apesar dos acordos firmados na última COP para triplicar o financiamento aos países em desenvolvimento, a concretização desses recursos não é garantida.

Impactos das Tarifas Comerciais

Marina Silva também apontou que a adoção de tarifas comerciais protecionistas pode gerar efeitos colaterais negativos na economia global, aumentando a inflação e reduzindo a capacidade de investimento em soluções ambientais. “No longo prazo, essas políticas podem reduzir a popularidade dos governantes, especialmente se a população for afetada por desastres naturais e pelo aumento do custo de vida”, afirmou a ministra.

Conclusão

O Brasil se posiciona como um líder na luta contra as mudanças climáticas, mas enfrenta desafios em um cenário global incerto. O retorno de Trump e suas políticas podem representar um obstáculo, mas a COP30 será uma oportunidade para reafirmar a importância da cooperação internacional e do compromisso com a sustentabilidade. A comunidade global precisa permanecer unida para evitar retrocessos e garantir um futuro mais verde e justo para todos.

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