A educação é uma das áreas que passará por grandes mudanças no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em relação ao que vinha sendo feito pelo presidente Jair Bolsonaro. Na campanha e agora, nos primeiros passos da equipe de transição, as promessas são de acabar com a Política Nacional de Alfabetização (PNA) e outras iniciativas, como o programa de fomento de escolas cívico-militares, e aumentar os investimentos – sem clareza ainda de como esses recursos serão empregados.
A composição da equipe de transição de educação de Lula foi elaborada pelo ex-ministro Fernando Haddad e conta com a presença de ONGs, professores de universidades e representantes de grandes instituições empresariais na educação como Instituto Unibanco, Itaú Educação, Natura e Fundação Lemann – todos tentam receber recursos públicos por meio de projetos no setor. A predominância de empresários no grupo não agradou a ala esquerdista do governo, mas atende a indicações do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, que tem buscado uma proximidade com a ala empresarial. O grupo é coordenado por Henrique Paim, economista e ex-ministro da Educação na gestão de Dilma Rousseff, que está definindo o plano de prioridades e pensando em possíveis nomes para assumir o ministério.
O GT de Educação tem criticado a PNA de Bolsonaro, elogiada pela OCDE, mesmo tendo apontado entre as prioridades do governo Lula a alfabetização de crianças. Ao mesmo tempo, os petistas querem mais dinheiro para os cofres da educação, sem ter metas claras de comprometimento com resultados – o Brasil é um dos países que mais gasta no setor em proporção no PIB, mas sem resultado proporcional em qualidade. Na lista de temas importantes, estão também o fomento do ensino médio profissionalizante, o aumento do orçamento de universidades federais, além da reformulação de secretarias do MEC.