No último dia 22, um episódio chocante ocorreu durante uma performance da renomada companhia artística “Suave”. A trupe, que havia conquistado um edital público no valor de R$ 50 mil no ano anterior para realizar apresentações e oficinas nas escolas, acabou protagonizando um espetáculo que resultou no afastamento de quatro diretores escolares pela Secretaria responsável.
O cenário desse incidente inusitado foi uma escola municipal no Rio de Janeiro, onde a plateia composta por centenas de crianças e adolescentes aguardava a tão esperada apresentação. Vestida de maneira peculiar, com uma máscara de cavalo, uma das dançarinas do grupo realizou movimentos que simulavam galopes, porém, com uma conotação sexual evidente. Tais gestos eram acompanhados por uma trilha sonora composta por um trecho de uma canção de funk que continha letras sugestivas, com destaque para a frase “galopa, galopa, depois senta e rebola”.
A apresentação tomou uma reviravolta ainda mais desconcertante quando um membro do grupo se posicionou de forma a colocar sua cabeça entre as pernas da dançarina. O vídeo gravado no local capturou a reação perplexa das crianças presentes, cujas idades variavam de maneira significativa. Essa situação ultrajante suscitou críticas e indignação da comunidade escolar e de pais preocupados com a influência negativa que tal apresentação poderia ter sobre seus filhos.
A controvérsia aumentou quando veio à tona que a Secretaria Municipal de Cultura havia sido informada de que o espetáculo era adequado para todas as idades, ou seja, classificado como “livre”. Essa falha na avaliação prévia levou a Secretaria Municipal de Educação a iniciar uma sindicância detalhada para investigar o incidente e suas ramificações. Como resultado desse processo, quatro diretores de escolas municipais no Rio de Janeiro foram afastados de suas funções. As escolas afetadas incluíam o Ciep da Cidade de Deus, bem como instituições nas áreas da Maré, Engenho da Rainha e no centro da cidade, todas elas haviam concordado em receber o grupo “Suave” para suas apresentações planejadas.
O afastamento dos diretores e a suspensão das apresentações do grupo foram ações consideradas necessárias para proteger o ambiente educacional e preservar a integridade das crianças e jovens envolvidos. Esse incidente não apenas suscitou questões sobre a seleção e supervisão adequadas de eventos culturais nas escolas, mas também gerou um debate mais amplo sobre os limites da liberdade artística em contextos educacionais e a responsabilidade das instituições culturais em relação ao público mais jovem.
Em última análise, o episódio reforça a importância de um discernimento criterioso ao escolher as apresentações artísticas que são apresentadas às crianças e adolescentes, levando em consideração não apenas o valor estético, mas também o impacto potencial nas mentes em formação. Além disso, destaca a necessidade de uma comunicação transparente e colaborativa entre as entidades culturais e educacionais para garantir que tais situações lamentáveis sejam evitadas no futuro.