A violência dentro do núcleo familiar é uma triste realidade enfrentada nos dias atuais. Além das mulheres, que são as principais vítimas nas estatísticas, crianças e adolescentes também acabam sofrendo consequências. Todos precisam de acompanhamento psicossocial para que sejam minimizados os traumas e os danos no futuro.
“A ideia é tentar interromper o ciclo de violência e dar subsídios para que este garoto desenvolva sua masculinidade de maneira saudável, sem achar normal agir com violência com os colegas da escola, com os familiares e nem em relacionamentos futuros, contra outras mulheres”
Lara Borges, chefe do Cepav Flor do Cerrado
Para contribuir com um desenvolvimento mais saudável, o Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav) Flor do Cerrado, localizado no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), realiza vários grupos voltados para crianças e adolescentes em situação de violência doméstica.
Um deles se chama Papo de Garoto, voltado para adolescentes entre 13 e 17 anos, com encontros quinzenais. Durante os encontros são tratados temas relacionados à masculinidade. Em 2023, sete meninos participaram do projeto, que ainda estava em sua primeira edição e seguirá ocorrendo como grupo de trabalho do Cepav Flor do Cerrado. O idealizador do projeto é o estagiário de Serviço Social, Luiz Felipe De Freitas Magalhães, estudante da UnB.
“A ideia é tentar interromper o ciclo de violência e dar subsídios para que este garoto desenvolva sua masculinidade de maneira saudável, sem achar normal agir com violência com os colegas da escola, com os familiares e nem em relacionamentos futuros, contra outras mulheres”, explica a chefe do Cepav Flor do Cerrado, Lara Borges.
O Papo de Garoto possui encontros quinzenais e foi pensado para os meninos que também sofrem violência, pois muitos acabam sendo silenciados, o que acarreta em consequências negativas para a saúde mental. Dentre os temas trabalhados ao longo dos encontros estão: masculinidade; tipos de violência; racismo, sexualidade e machismo; e desconstrução da masculinidade não saudável.
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De acordo com a psicóloga Aline Silva, alguns garotos escondem situações de violência por machismo. “A ideia é trabalhar e discutir a masculinidade porque, às vezes, eles vivem à base da violência, guardam emoções e se calam. Tanto, que estudos comprovam que o maior número de suicídios ocorre com homens, pois eles vão logo para os extremos das situações”, destaca.
A assistente social Gabriela Fernandes ressalta que é essencial trabalhar a masculinidade como forma de prevenção à violência, pois assim é possível construir outras maneiras de vivenciar as relações, que a violência não seja o norte, discutindo questões importantes de gênero. Neste ano, o Papo de Garoto terá início em abril e contará com cinco encontros.
*Com informações do IgesDF
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Fonte: Agência Brasília