Gastronomia Comunitária da Asa Norte está entre as dez melhores iniciativas alimentares do Brasil

O projeto Gastronomia Comunitária, desenvolvido pela Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 da Asa Norte, está entre as dez melhores experiências bem-sucedidas do Brasil na temática “Cuidado em Alimentação e Nutrição na Atenção Primária à Saúde”. A escolha partiu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), após chamamento público para identificar iniciativas que busquem melhorar os processos de trabalho e os serviços de saúde.

Alimentação saudável é o foco do grupo, que reúne pessoas para troca de experiências | Foto: Divulgação

História, metodologia e receita do projeto vão compor um livro virtual que será apresentado no Congresso Brasileiro de Nutrição, entre 21 e 24 de maio, em São Paulo. A iniciativa surgiu com uma ideia da especialista em saúde e nutrição Fernanda Farias, da Secretaria de Saúde (SES-DF), com o apoio de uma paciente da unidade que participava do grupo Alimentação no Diabetes.

Experiência

Claudia Moreira d’Almeida e Souza, 58, moradora da Asa Norte, recebeu o diagnóstico de pré-diabetes e está no grupo da UBS há seis meses. Por meio da alimentação, ela encontrou o caminho para cuidar da saúde. “Com a idade avançando, tendemos a nos cuidar melhor, e este é o meu objetivo: melhorar minha saúde e ajudar as pessoas que também querem e precisam”, pontua.

“A ideia do grupo é monitorar as glicemias, mas principalmente compartilhar saberes de forma que todos se sintam responsáveis pelo tratamento do diabetes”

Fernanda Farias, especialista em saúde e nutrição da SES-DF

Com formação em gastrônoma, Claudia relatou ao grupo o desejo de desenvolver o trabalho de conclusão de curso nesta área, com a experiência obtida na UBS. Com apoio da gestão,  decidiu criar um menu saudável para os diabéticos. O cardápio escolhido foi um creme de abóbora, preparado a partir de um fundo de vegetais com cenoura, tomate, cebola, salsão, alho e alho-poró acrescido de um acompanhamento aromático usado para dar sabor a caldos, sopas e molhos, o sachet d’épices, com cravo, louro, tomilho e grãos de pimenta-do-reino.

“Todos os ingredientes vieram da terra”, ressalta Fernanda Farias. “O creme foi feito sem adição de químicos, o que o torna adequado para pessoas com obesidade, diabetes ou hipertensão.”

Saúde e inclusão

O objetivo da criação do grupo Alimentação no Diabetes foi desenvolver a gastronomia de forma inclusiva e participativa nos atendimentos coletivos destinados a pessoas com alterações na glicemia acompanhadas pela unidade de saúde desde 2022.

“É uma forma de compartilhar experiências prévias dos próprios usuários, o que favoreceu a autonomia nas escolhas alimentares e mostrou-se como uma poderosa ferramenta de autocuidado”, afirma Fernanda. “A ideia do grupo é monitorar as glicemias, mas principalmente compartilhar saberes de forma que todos se sintam responsáveis pelo tratamento do diabetes. Partilhar conhecimento e experiências fortalece o grupo e permite um avanço importante no autocuidado.”

Além disso, a experiência contemplou vários dos dez passos do Guia Alimentar para a População Brasileira, na medida em que estimulou o consumo de alimentos in natura e feitos na hora, levou à alimentação em ambiente apropriado e em companhia e permitiu a partilha de habilidades culinárias, mantendo as tradições culturais dos usuários e resgatando memórias afetivas.

Sob a coordenação da equipe multidisciplinar (eMulti), a UBS 2 abre o grupo de acompanhamento a pessoas com alterações na glicemia em toda segunda quarta-feira do mês para os pacientes iniciantes e em toda última quarta-feira do mês para os pacientes que já estão em acompanhamento, sempre a partir das 14h.

*Com informações da Secretaria de Saúde

 

Fonte: Agência Brasília

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