Neste domingo (3), manifestantes bolsonaristas se reuniram em Brasília (DF) pedindo anistia para os réus dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e protestando contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ato fez parte de uma mobilização nacional articulada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que promoveram manifestações em mais de 60 cidades pelo país.
Na capital federal, o ponto de encontro foi o Eixo Rodoviário Sul, nas imediações da sede do Banco Central. O movimento, batizado de “Reaja Brasil”, teve a participação de nomes conhecidos da direita, como o pastor Silas Malafaia, um dos articuladores do ato, e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), que discursou em cima de um carro de som. “Estamos aqui pelo nosso amado Jair Bolsonaro”, declarou a parlamentar, em tom de mobilização.
Entre os presentes estavam também o senador Izalci Lucas (PL-DF), os deputados distritais Thiago Manzoni (PL) e Pastor Daniel de Castro (PP), além do desembargador aposentado Sebastião Coelho. Durante sua fala, Coelho fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados ao 8 de janeiro, afirmando que ele “não é um juiz, é um criminoso”, numa fala que inflamou o público.
A pauta central do protesto foi a anistia aos condenados e investigados pelos atos de vandalismo que ocorreram na Praça dos Três Poderes, quando as sedes do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto foram invadidas e depredadas por apoiadores inconformados com o resultado das eleições de 2022. Os manifestantes alegam perseguição política e defendem que Bolsonaro não cometeu crime. A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) chegou a questionar publicamente: “Que crime Bolsonaro cometeu?”, indicando que pretende pautar no Congresso Nacional o pedido de anistia e o impeachment de Moraes.
A manifestação ocorre dias após os Estados Unidos anunciarem sanções ao ministro Alexandre de Moraes e imporem tarifas sobre produtos brasileiros, decisão que reaqueceu os debates sobre política externa e as tensões entre os dois países. Apesar disso, os organizadores do ato mantiveram o foco na pauta interna e no que chamam de “defesa das liberdades individuais”.
Após os discursos, os manifestantes seguiram em caminhada pelo Eixão Sul, tradicional via da cidade que é fechada para veículos aos domingos e feriados, transformando-se em espaço de lazer — e, neste caso, de mobilização política.