“Você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui”. Esses versos fazem parte da canção A Estrada, sucesso da banda carioca Cidade Negra. Eles traduzem com propriedade a jornada da universitária Luísa Abreu. “Estudei no Centro de Ensino Médio 09 de Ceilândia e comecei a participar das Olimpíadas Científicas porque meus professores incentivavam muito e acreditavam em nossa capacidade de superar os desafios”, relembra. O esforço foi recompensado pelas sucessivas vitórias nas competições e, após o ensino médio, na aprovação na Faculdade de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde.
“A participação nas competições fez toda a diferença nas minhas escolhas acadêmicas. Ao longo da minha trajetória também tive a oportunidade de estabelecer relações com outras pessoas com os mesmos interesses e isso contribuiu para expandir meu universo”, afirma.
“Não foram meras competições, mas momentos de aprendizagem e de superação pessoal. Por meio delas conheci mundos que eu não conhecia. Devo muito às Olimpíadas pelas minhas conquistas”Ígor Magri, estudante
O podcast EducaDF desta semana aborda o universo das Olimpíadas Científicas. O talento dos estudantes das escolas públicas tem sido reconhecido pelas sucessivas vitórias nas competições. Confira o podcast nas plataformas de áudio.
Paixão pela ciência
Alessandra Lisboa é a gerente do Programa Olimpíadas Científicas (PrOCien) da Secretaria de Educação (SEE). Sua jornada profissional se confunde com a dos estudantes que acompanhou diariamente durante 12 anos em escolas públicas de Ceilândia. “Acompanho as conquistas deles. Em todos esses anos tenho visto jovens se encantando com o poder transformador da educação oportunizado pelas atividades desenvolvidas. Participar de uma Olimpíada Científica não se resume a fazer provas”, explica.
A professora constatou que a ampliação da jornada escolar estimula o protagonismo dos jovens. “Conquistamos muitas premiações e tenho constatado que o protagonismo fortalece os projetos de vida dos estudantes. Há alunos que conheceram outros países, como os Estados Unidos, a França e a Índia. Há outro estudante que hoje mora na Coreia do Sul. Além disso, tivemos centenas de aprovações em universidades públicas. Na graduação, a experiência deles nas Olimpíadas possibilitou o ingresso em projetos científicos remunerados”, destaca Alessandra.
Com a pandemia, as competições têm sido realizadas de forma on-line e o PrOCien permanece incentivando a participação dos estudantes das escolas públicas. Ainda de acordo com a gerente, “a premissa é o despertar de talentos, colaborar com as aprendizagens, itinerários formativos e desenvolvimento dos estudantes”.
A jornada do herói
O estudante Igor Magri representou o Brasil na Índia, em 2012, quando era estudante do Centro de Ensino Médio 12 de Ceilândia. Astronomia, Astronáutica, Robótica, Oceanografia, História, Geografia, Matemática e Física são algumas Olimpíadas Científicas das quais ele participou. “Não foram meras competições, mas momentos de aprendizagem e de superação pessoal. Por meio delas conheci mundos que eu não conhecia. Devo muito às Olimpíadas pelas minhas conquistas”, enfatiza Igor.
Quando concluiu o ensino médio, o estudante ingressou no curso de relações internacionais. Por meio de um convênio da universidade, ele apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na França. Durante a apresentação, fez questão de vestir a camiseta idealizada pela escola para uma das competições científicas. “Quis mostrar que cheguei àquele momento por conta do apoio que tive durante a minha caminhada acadêmica”, destaca.
*Com informações da Secretaria de Educação
Fonte: Agência Brasília