Espaço criado em Ceilândia para receber vítimas de violência doméstica vai ter delegacia, espaço de capacitação e suporte do Judiciário
Em mais uma ação de suporte às vítimas de violência doméstica, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria da Mulher, inaugurou, na tarde desta terça-feira (20), a Casa da Mulher Brasileira. O espaço, que fica na CNM 1, em Ceilândia, oferece atendimento psicossocial, cursos de capacitação, suporte jurídico e policial, e já começa a funcionar nesta quinta-feira (22).
Durante a pandemia, o atendimento na Casa da Mulher Brasileira será de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h30. A expectativa é de que, futuramente, esse horário seja estendido das 9h às 19h. Região administrativa mais populosa do DF, Ceilândia é também um dos lugares onde mais se registram ocorrências de violência doméstica. Por essa razão, a cidade ganhou em 2020 a segunda Delegacia da Mulher do Distrito Federal. A primeira funciona na Asa Sul.
Ao inaugurar a Casa, o governador Ibaneis Rocha lembrou que o espaço onde funcionou a Casa da Mulher Brasileira, na Asa Norte, era de difícil acesso e enfrentou problemas estruturais graves, o que determinou o embargamento do prédio. “O ideal é botar a Casa próxima de onde se concentram as maiores ocorrências de violência. Conseguimos agora, nesta obra, trazer, além do atendimento, o acompanhamento judicial necessário, oferecer cursos profissionalizantes e contar com a presença da Defensoria Pública, do Ministério Público e do Judiciário”, destacou Ibaneis.
Na ocasião, foi assinado o acordo de cooperação técnica do programa Mulher Segura e Protegida – uma parceria entre a Secretaria da Mulher do DF e a Secretaria Nacional de Política para Mulheres, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Também participam da iniciativa o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF).
Fim da rota crítica
Secretária da Mulher, Ericka Filippelli destacou que, ao integrar diversos atendimentos às vítimas de violência em um único lugar, o governo evita a chamada rota crítica, que é quando a mulher precisa percorrer diversos órgãos públicos para dar prosseguimento à denúncia – e, muitas vezes, desiste da ocorrência. “O DF tem uma rede de enfrentamento à violência muito robusta e esse é só mais um passo nesse caminho.”
O GDF prepara a construção de mais quatro Casas da Mulher Brasileira no DF: no Sol Nascente, em São Sebastião, no Recanto das Emas e em Sobradinho II. “Esta é a primeira, mas temos certeza que não será a única, o que nos conforta saber que muitas mulheres serão protegidas neste lugar”, afirmou a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que esteve na inauguração.
Acostumada a lidar com atendimentos majoritariamente femininos na Secretaria de Desenvolvimento Social, a secretária Mayara Noronha Rocha lembrou que a autonomia econômica é um braço fundamental para ajudar que as vítimas de violência doméstica consigam quebrar a cadeia de dependência com seus agressores.
O governador do DF, Ibaneis Rocha, participou da inauguração da sede da Casa Mulher Brasileira ao lado da primeira-dama e secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, e da secretária da Mulher, Ericka Filippelli | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
A Casa da Mulher Brasileira de Ceilândia vai contar com um andar onde será montada uma cozinha industrial, além de salas de aula. “Na secretaria, 87% do público é feminino. No DF Sem Miséria, 90% dos atendidos são mulheres e no programa Criança Feliz, lidamos 100% com elas. Dá pra sentir o avanço que o DF dá com a abertura desta Casa”, acredita Mayara.
Também estiveram presentes na solenidade a primeira dama da República, Michelle Bolsonaro; a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda; e a coordenadora da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, Celina Leão; entre outras autoridades do governo distrital.
Também participaram da cerimônia o secretário executivo, Fábio Sousa, e a coordenadora regional do Plano Piloto, Edilene Abreu.
Agência Brasília