A Petrobras acaba de dar um passo histórico rumo à equidade de gênero em sua alta administração. Com a nomeação da engenheira Angélica Garcia Cobas Laureano para a Diretoria Executiva de Transição Energética e Sustentabilidade, a estatal passa a contar com cinco mulheres entre os nove integrantes da diretoria, incluindo a presidente Magda Chambriard. É a primeira vez que a presença feminina supera a masculina nesse nível hierárquico da companhia.
Eleita pelo Conselho de Administração na última sexta-feira (11/07), Angélica Laureano chega à função com ampla experiência nos setores de gás natural e energia. Aos 45 anos, ela retorna à Petrobras para comandar uma área estratégica, criada em 2023 para liderar ações relacionadas à transição energética e à sustentabilidade. Entre as atribuições da diretoria estão o desenvolvimento de fontes renováveis, projetos de descarbonização, mudanças climáticas e a busca pela meta de emissões líquidas zero até 2050.
“Seguiremos investindo fortemente em combustíveis mais limpos, fontes renováveis e na descarbonização da nossa operação. Nosso compromisso com o futuro sustentável do setor é sólido e inegociável”, afirmou Angélica Laureano, em nota.
Além de ter passado por diversas áreas da Petrobras – como Materiais, Abastecimento, Gás e Energia –, Angélica também presidiu a Gaspetro, empresa responsável pela participação em 19 distribuidoras de gás natural em todo o país. Após se aposentar da estatal, atuou como consultora e estava, até então, à frente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A.
Um marco para a liderança feminina no setor
A nova configuração da diretoria executiva reforça o compromisso da Petrobras com a diversidade e a valorização de talentos femininos. A presidente da companhia, Magda Chambriard, destacou que ampliar a presença de mulheres em cargos estratégicos é fundamental para o futuro da organização.
“Acreditamos que ambientes diversos são mais criativos, produtivos e saudáveis. Nosso objetivo é inspirar outras mulheres a ocuparem espaços de liderança, especialmente em setores historicamente dominados por homens, como o de petróleo e gás”, declarou Chambriard.
Apesar do avanço da Petrobras, a representatividade feminina ainda é um desafio para o mercado brasileiro. Segundo o estudo Mulheres em Ações, divulgado pela B3 em setembro de 2024, apenas 6% das empresas listadas na bolsa têm três ou mais mulheres em cargos de diretoria estatutária. Em 59% delas, não há sequer uma mulher na gestão de topo.
Com essa mudança, a Petrobras se posiciona como referência em práticas inclusivas, consolidando sua imagem não só como líder no setor de energia, mas também como agente de transformação social.