O Dia do Empreendedorismo Feminino, celebrado nesta terça-feira (19), destaca o crescimento e o impacto das mulheres que vêm impulsionando a economia e criando novas possibilidades sociais em diferentes regiões do país. No Distrito Federal, histórias como a de Bruna Mendes, 21 anos, mostram como a liderança feminina tem se fortalecido não apenas na geração de renda, mas também na transformação de territórios periféricos.
Segundo dados do Sebrae, mais de 34% dos negócios brasileiros já são comandados por mulheres — um movimento puxado sobretudo por jovens empreendedoras, mães solo e profissionais da economia criativa. O avanço, no entanto, ocorre em meio a desafios persistentes, como a falta de acesso a crédito, a sobrecarga da dupla jornada e a escassez de políticas de incentivo voltadas às mulheres de baixa renda.
Em regiões como a Ceilândia, onde o acesso à cultura historicamente foi limitado, a presença de empreendedoras tem criado oportunidades inéditas. É o caso de Bruna, que viu na dança não apenas uma vocação, mas um caminho para democratizar um universo elitizado. Após anos trabalhando em várias instituições para complementar renda, ela decidiu investir a rescisão trabalhista na criação da Ecoar Dance, escola inaugurada em abril de 2025.
O negócio nasceu pequeno, em um imóvel simples de 100 metros quadrados, mas já movimenta dezenas de alunos em modalidades como balé clássico, jazz, danças urbanas e, futuramente, pilates e psicomotricidade infantil. Com mensalidades entre R$ 100 e R$ 160, Bruna adaptou os preços à realidade local para que mais crianças e jovens tivessem acesso à formação artística.
Para especialistas em empreendedorismo feminino, iniciativas como a dela refletem uma tendência nacional: mulheres que empreendem para suprir lacunas comunitárias, gerar impacto social e criar oportunidades onde o Estado não chega. O Sebrae aponta que, além de maior reinvestimento local, negócios comandados por mulheres tendem a adotar modelos mais colaborativos e sensíveis às necessidades da comunidade.
Bruna, que está no sétimo semestre de fisioterapia, pretende unir conhecimento técnico à prática da dança para qualificar ainda mais o atendimento. “Quero oferecer um espaço acolhedor, onde cada aluno seja respeitado nos seus limites. A dança salva. Ela me salvou”, afirma.
Em pleno Dia do Empreendedorismo Feminino, histórias como a dela simbolizam a força de jovens mulheres que empreendem não apenas para crescer, mas para abrir caminhos. Em territórios periféricos, o empreendedorismo feminino se consolida como um instrumento de mobilidade social, protagonismo e transformação.


