Mulheres do Semiárido Transformam Comunidades com Saberes, Cultura e Sustentabilidade

No coração do semiárido nordestino, mulheres estão ressignificando a economia local e fortalecendo a identidade cultural de suas comunidades. Com o apoio do projeto Paisagens Alimentares, coordenado pela Embrapa Alimentos e Territórios e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), histórias de luta e inovação têm se multiplicado, mostrando que protagonismo feminino é sinônimo de transformação.

Anatália Costa Neto, a Nat, é um exemplo dessa mudança. Integrante da Associação das Mulheres Empoderadas de Terra Caída, em Sergipe, ela viu no projeto uma oportunidade para empreender e gerar renda para sua comunidade. Criadora do hambúrguer de aratu — um caranguejo típico da região —, Nat venceu o prêmio Mulher de Negócio, na categoria Microempreendedora Individual, e hoje inspira outras mulheres com sua trajetória. “O projeto me fez vender mais, saber calcular preços e agregar valor aos meus produtos. Agora, nossos sabores chegam aos turistas e levam um pedaço da nossa história para fora”, afirma.

Assim como Nat, Ana Paula Ferreira, do assentamento Olho D’Água do Casado, em Alagoas, também percebeu mudanças significativas após a chegada do projeto. “É um divisor de águas. Trouxe pertencimento, visibilidade e nos fez entender que a agricultura familiar tem valor, que nossa cultura é um patrimônio vivo”, diz. Com iniciativas que unem agroecologia, turismo sustentável e preservação da caatinga, mulheres como Ana Paula criam oportunidades e mantêm jovens no território, fortalecendo a economia local e a autoestima da comunidade.

O Paisagens Alimentares nasceu para conectar a cultura alimentar à biodiversidade e ao turismo de base comunitária. Mais de 500 participantes foram diretamente impactados, e o reflexo positivo já alcança mais de cinco mil pessoas nos estados de Alagoas, Sergipe e Pernambuco. As ações vão desde oficinas e intercâmbios a projetos de valorização da gastronomia tradicional, artesanato e turismo rural.

Entre sabores e saberes, as lideranças femininas dessas comunidades têm mostrado que a sustentabilidade começa na raiz da cultura local. Elas não apenas preservam tradições, mas também constroem caminhos para um futuro mais justo, inclusivo e cheio de oportunidades.

Protagonismo feminino que inspira. Cultura que transforma. Desenvolvimento que gera pertencimento.

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