Prisão de Bolsonaro divide reações: bolsonaristas criticam decisão e esquerda comemora nas redes sociais

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada na manhã deste sábado (22) após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou forte repercussão entre políticos de esquerda e direita. Enquanto aliados criticaram duramente a medida, parlamentares governistas e siglas de esquerda comemoraram a decisão nas redes sociais.

A prisão ocorreu após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília em frente à residência onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.

Direita reage com críticas ao STF e fala em “perseguição política”

Entre os primeiros a se manifestar, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que Bolsonaro “nunca roubou ninguém” e alegou que a prisão representa “a maior perseguição política da história do Brasil”.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC) também criticou a decisão, chamando o processo de “absolutamente nulo”, enquanto o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) disse ver com tristeza o momento enfrentado pelo aliado, prestando solidariedade à família do ex-presidente.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, classificou o episódio como “triste”. Outros parlamentares questionaram o motivo da prisão — o chamado para uma vigília de oração. “Bolsonaro foi preso porque o filho convocou um momento de oração?”, questionou Marcel Van Hattem (Novo-RS). Carlos Jordy (PL-RJ) também atacou a decisão em vídeo publicado nas redes sociais.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou que Bolsonaro “não constitui ameaça à ordem pública” e que a transferência dele para a PF demonstra “arbítrio e perseguição”. Gustavo Gayer (PL-GO) pediu que seguidores intensifiquem orações pelo ex-mandatário.

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) ressaltou o estado de saúde de Bolsonaro, citando sequelas da facada e cirurgias recorrentes. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), também mencionou a fragilidade clínica do ex-presidente.

Entre outras manifestações, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que Moraes “fez o que ameaçou fazer a todo momento”, enquanto o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), disse receber a notícia com “indignação e perplexidade”, classificando a decisão como um “capítulo de arbítrio”. No Senado, Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que a medida “ultrapassa limites constitucionais”.

O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Mello de Araújo (PL), publicou vídeo classificando a prisão como “doentia” e pediu que Bolsonaro se mantenha “firme e forte”.

Esquerda comemora decisão e destaca responsabilidade institucional

Parlamentares de esquerda celebraram a prisão do ex-presidente. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), chamou o dia de “grande dia”, referência a frase usada por Bolsonaro em 2019. A líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ), afirmou que acordou com a notícia que “iluminava a manhã”.

O perfil oficial do PT também compartilhou a informação ao longo da manhã.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que a prisão “reafirma que ninguém está acima da lei” e que a democracia exige responsabilidade e consequências para atos contra as instituições. Glauber Braga (PSOL-RJ) destacou que ainda há batalhas pela responsabilização de “financiadores golpistas e cúmplices”.

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