Planalto busca trégua com União Brasil e PP para evitar crise política e manter ministros

O governo federal intensificou, nos últimos dias, as articulações para conter uma possível ruptura com o União Brasil e o Progressistas (PP). As duas legendas, que integram a base de sustentação do presidente Lula, ameaçam deixar o governo, movimento que pode resultar na saída dos ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte).

Com o risco de perder apoio político no Congresso, o Palácio do Planalto tenta construir um acordo que garanta a permanência das siglas na base aliada. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, confirmou que tem mantido diálogo direto com o presidente da federação União Brasil–PP, Antonio Rueda, e com outras lideranças partidárias.

Segundo fontes próximas às negociações, o argumento central do governo é que uma parceria de médio prazo pode beneficiar todos os envolvidos, sobretudo diante da expectativa de vitória de Lula nas eleições de 2026. A ideia é abrir espaço para negociações regionais e composições de palanques estaduais que ajudem a reduzir o clima de tensão.

Além de Gleisi, outros interlocutores foram acionados para amenizar o impasse, entre eles o presidente do PT, Edinho Silva, e o ministro da Previdência, Wolney Queiroz. Ambos conversaram com dirigentes partidários para tentar construir um entendimento que evite rupturas mais profundas.

Apesar das movimentações, o União Brasil mantém a decisão de que seus filiados deixem os cargos ocupados no governo. A legenda deu prazo até terça-feira (7) para que Celso Sabino entregue o comando do Ministério do Turismo. Caso o ministro não atenda à determinação, está prevista uma reunião na quarta-feira (8) para deliberar sobre sua eventual expulsão.

Sabino, contudo, resiste à ideia de deixar o posto. Ele planeja disputar uma vaga no Senado em 2026 e avalia que permanecer no ministério lhe garante visibilidade política, principalmente por conta da realização da COP de Belém, no Pará — seu principal reduto eleitoral.

No Planalto, a avaliação é de que um rompimento definitivo neste momento seria prejudicial para o governo e para os partidos envolvidos. Por isso, a estratégia é manter o diálogo aberto e evitar que o embate político se transforme em uma crise maior.

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