O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (18), em São Paulo, que as negociações sobre tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil não avançam porque Washington “quer impor algo constitucionalmente impossível” ao país. Segundo Haddad, os EUA teriam solicitado que o Executivo brasileiro interferisse em decisões do Judiciário, algo que não é permitido pela Constituição.
O ministro comentou que as críticas norte-americanas estão relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Haddad destacou que o cancelamento de reuniões previstas com representantes do Tesouro dos EUA teria sido influenciado por pressão de setores da extrema-direita nos Estados Unidos, e reforçou que a divulgação das datas tinha o objetivo de esclarecer dúvidas sobre a disposição do Brasil em negociar.
Durante o evento, Haddad também falou sobre o relacionamento econômico do Brasil com os Estados Unidos e a China. Ele disse que já havia solicitado investimentos ao país à ex-secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e comentou que, segundo ela, não havia preocupações com a aproximação do Brasil com a China.
O ministro ainda afirmou que não acredita que o atual cenário tarifário se prolongará por muitos anos e apontou que os impactos na economia brasileira devem ser limitados, dado que o fluxo comercial entre Brasil e EUA tem diminuído nos últimos anos.