Dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua 2024, divulgados pelo IBGE, confirmam que o Brasil enfrenta um desequilíbrio de gênero entre sua população adulta. Atualmente, existem 92 homens para cada 100 mulheres no país, número que se torna ainda mais crítico em determinadas faixas etárias e estados.
O cenário é mais acentuado entre pessoas com mais de 60 anos. No Rio de Janeiro, por exemplo, há apenas 70 homens para cada 100 mulheres nessa faixa etária, enquanto em São Paulo a proporção é de 77 para 100. O fenômeno não é recente: a série histórica da PNAD mostra que, desde 2012, a população masculina se mantém ligeiramente inferior à feminina, variando entre 48,8% e 48,9% do total.
A diferença de gênero entre jovens e adultos se explica por fatores biológicos e sociais. Mundialmente, nascem mais meninos do que meninas — de 3% a 5% a mais —, proporção que se mantém até os 24 anos. No entanto, a partir dessa idade, a população feminina ultrapassa a masculina, principalmente devido à maior mortalidade entre homens jovens, causada principalmente por violência e acidentes.
O desequilíbrio de gênero tem impacto direto na vida social e demográfica do país, especialmente para mulheres acima de 40 anos, que enfrentam menor disponibilidade de parceiros na mesma faixa etária.