Especialistas explicam por que o mês de abril ainda será dramático para o Brasil em relação à pandemia

O ritmo vacinal começa a ganhar corpo, mas o país enfrenta problemas com importação de matéria-prima, o que atrasa a produção de imunizantes. O Instituto Butantan não conseguirá cumprir com a meta de entrega do mês, e a Fiocruz já havia reduzido as projeções. O Ministério da Saúde, que chegou a divulgar 47 milhões de doses em abril, agora estima 26 milhões de unidades.

Mesmo ainda sem bater nenhum recorde do número de mortes e infecções registradas diariamente nesta semana, o país continua a ver uma média móvel de óbitos e casos em um alto patamar. Segundo o cálculo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que leva em conta os números dos últimos sete dias, o país tem média de 3.015 mortes e 68.615 diagnósticos positivos

Ao todo, 16 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) superiores a 90%. No levantamento anterior, o percentual era realidade de 20 unidades federativas.

Apesar de ter apresentado redução, a taxa de transmissão (Rt) da covid-19 no Brasil ainda é considerada alta. Segundo levantamento do Imperial College de Londres, a taxa do Brasil é de 1,06. Na semana retrasada, o Rt estava em 1,12

Casos em alto patamar
Mesmo com diminuição de novas internações nos estados, houve incremento de casos no fechamento da última semana epidemiológica, a 14ª. Nota-se uma melhora, mas o problema está longe de ser solucionado.

MPF monitora ações da Saúde

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. se reuniu ontem com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para discutir o avanço da pandemia. De acordo com a Procuradoria Geral da República, Queiroga reforçou que o repasse de 15,5 milhões de vacinas da Pfizer até junho. A subprocuradora-geral Célia Delgado também participou do encontro e, segundo a PGR, “explicou ao ministro da Saúde que membros do Ministério Público nos estados acionaram o Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia Covid-19 (Giac), que buscou obter informações sobre providências junto ao Ministério da Saúde com antecedência, evitando, assim, que procuradores e promotores precisassem ir à Justiça em busca de decisões liminares”.

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