Crise no Congresso expõe a importância da articulação feminina na política nacional

A segunda-feira começou com tensão em Brasília. Diante do agravamento da crise entre o Planalto e o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião emergencial com parte de seu núcleo político para redefinir estratégias e tentar reaproximar o Executivo do Legislativo.

Participaram do encontro o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; e a ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do governo — e que, neste momento, ocupa um dos postos mais pressionados da Esplanada.

Nos bastidores, o desgaste com o Senado aumentou após a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF), gerando ruídos públicos entre o governo e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. As críticas envolveram desde a demora na comunicação formal da indicação até suspeitas de barganhas políticas, negadas pela ministra.

O recorte feminino por trás da crise

Em meio à turbulência, um ponto chama atenção:
a articulação política do governo — área decisiva para garantir estabilidade institucional — está nas mãos de uma mulher.

Gleisi Hoffmann tem atuado para conter danos, reduzir tensões e reconstruir pontes tanto com o Senado quanto com a Câmara. Em um ambiente tradicionalmente dominado por lideranças masculinas e marcado por disputas de poder, sua presença reforça o impacto e a competência de mulheres que ocupam espaços estratégicos em momentos críticos da República.

Sua atuação nas últimas 48 horas ilustra um cenário maior:
o Brasil avança quando mulheres participam das decisões centrais — inclusive das mais complexas e sensíveis.

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