A organização da COP30 voltou ao centro do debate nacional após a Organização das Nações Unidas enviar uma carta oficial ao governo brasileiro apontando falhas significativas na segurança e na infraestrutura do evento, realizado em Belém. O documento, assinado por Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, evidencia preocupações com a integridade física de delegações e com as condições estruturais do espaço que recebe uma das conferências ambientais mais importantes do mundo.
A crítica principal se concentrou no episódio registrado na noite de terça-feira (11), quando manifestantes ultrapassaram o sistema de raio X e quebraram portas do local credenciado, deixando um segurança ferido. Para a ONU, o incidente expôs “vulnerabilidades graves”, como portas sem proteção adequada, efetivo insuficiente e ausência de garantias claras de resposta rápida por parte das autoridades brasileiras.
Além dos problemas de segurança, o documento relata falhas de infraestrutura, como calor excessivo e ar-condicionado incapaz de manter a temperatura adequada, o que, segundo Stiell, demanda uma “intervenção imediata” para preservar o bem-estar dos participantes.
Governo brasileiro rebate e atribui responsabilidade à ONU
Em resposta, a Casa Civil afirmou que a segurança interna da COP30 é responsabilidade direta do Departamento das Nações Unidas para Segurança e Proteção (UNDSS). O governo destacou que todas as solicitações feitas pelo organismo foram atendidas e que, em conjunto com o UNDSS, foi realizada uma reavaliação das equipes policiais e dos perímetros de segurança.
O Executivo informou ainda que ampliou barreiras metálicas, instalou novos equipamentos de ar-condicionado e reforçou o perímetro da Blue Zone, área mais sensível do evento. Sobre relatos de alagamentos, o governo negou inundações e atribuiu as goteiras ao rompimento de calhas específicas, já reparadas.
Um alerta sobre governança em grandes eventos globais
A carta da ONU representa um sinal claro de atenção internacional. A COP30, que coloca o Brasil no centro das discussões climáticas globais, exige padrões elevados de segurança, organização e estrutura. Ao cobrar ajustes, a ONU reforça que conferências desse porte dependem de planejamento integrado e resposta rápida para garantir a proteção de milhares de participantes — e a credibilidade do país anfitrião.


