A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e os bispos do país manifestaram preocupação com recentes mudanças legislativas que, segundo a entidade, podem enfraquecer a democracia e favorecer a impunidade. Entre os destaques, estão a aprovação do PLP 192/2023, que altera a Lei da Ficha Limpa, e da PEC 3/2021, conhecida como “PEC da Blindagem”, que exige autorização do Congresso para que parlamentares sejam processados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para a CNBB e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), os dispositivos aprovados diminuem mecanismos de transparência e proteção, permitindo que pessoas condenadas por crimes graves concorram a cargos públicos antes do cumprimento integral de suas penas. O movimento alerta que a sociedade deve se manter vigilante e cobrar responsabilidade e ética de deputados e senadores.
Em mensagens periódicas, os bispos reforçam a importância do compromisso com o bem comum, destacando que a democracia se fortalece quando a população participa ativamente, fiscaliza o Congresso e exige responsabilidade de seus representantes.
Historicamente, a CNBB tem incentivado o voto consciente e a defesa de princípios éticos na política. Em 2018, enfatizou que o bem do país deve orientar tanto candidatos quanto eleitores; em 2022, destacou a capacidade do povo de corrigir caminhos e reafirmar valores.
O Papa Leão XIV também reforçou a importância de que políticos atuem em defesa do bem comum, acima de interesses individuais, com atenção especial aos mais vulneráveis. A mensagem é clara: “Há o homem político que, sob o olhar de Deus e da sua consciência, vive de forma cristã os próprios compromissos e as próprias responsabilidades.”